Com dólar em alta e oferta limitada, comercialização do trigo no Sul do Brasil segue sem ritmo acelerado
De acordo com dados da TF Agroeconômica, o mercado de trigo nas principais regiões produtoras do Sul do Brasil permanece lento, com diferentes fatores limitando a comercialização.
No Rio Grande do Sul, o plantio foi retomado no último sábado (07/06) e deve ganhar ritmo com previsão de tempo firme até o dia 13/06. No entanto, ainda não há definição sobre o tamanho final da área plantada, que certamente será menor que a da safra passada. No mercado disponível, os negócios seguem pontuais, com preços variando de R$ 1.300,00 a R$ 1.400,00 por tonelada, dependendo da proximidade dos moinhos.
Em Santa Catarina, os negócios ocorrem fora dos padrões normais de mercado, com algumas operações pontuais de sobra de semente a R$ 1.500,00 FOB. Os moinhos sinalizaram indicações entre R$ 1.420,00 e R$ 1.430,00 CIF. Apesar disso, há redução na venda de sementes para a nova safra, com queda estimada em 20% em relação ao ano anterior.
No Paraná, o mercado segue travado e em compasso com a lentidão nas vendas de farinha. O trigo importado, especialmente argentino, está amplamente disponível, o que aumenta a concorrência. Os vendedores locais pedem valores acima de R$ 1.550,00 FOB, mas os compradores limitam suas ofertas a até R$ 1.500,00 com retirada em junho e pagamento em julho. Para a nova safra, há compradores dispostos a pagar R$ 1.400,00 em outubro e R$ 1.350,00 em novembro, porém sem vendedores interessados até o momento.
No Paraguai, o mercado se apresenta calmo, com poucos negócios realizados apenas para reposição. Os preços de referência seguem entre US$ 240 e US$ 245 por tonelada, e o Brasil permanece ausente das compras.
No mercado internacional, os preços do trigo apresentam competitividade entre os principais fornecedores: trigo americano hard a US$ 240/t, soft a US$ 225/t, argentino a US$ 233/t, francês a US$ 230/t e russo a US$ 245/t FOB.
No câmbio, o dólar fechou com leve alta de 0,14%, cotado a R$ 5,5704, influenciado pelas negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Essa valorização da moeda americana tende a afetar a competitividade das importações e exportações de grãos, incluindo o trigo.