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Transição energética: conheça o biocombustível de coco

Nova possibilidade de fonte de energia ganha impulso ao aproveitar os resíduos da produção local, e fortalece a economia circular

Transição energética: conheça o biocombustível de coco

A fibra representa um grande desafio ambiental em razão do seu alto volume e baixa taxa de decomposição

Foto do autor Redação RuralNews
17/03/2025 |

O desenvolvimento de tecnologias e estratégias para reduzir as emissões de carbono nas atividades econômicas, tem sido uma preocupação constante entre empresas e institutos de pesquisas. Entre as principais abordagens estão a diversificação das fontes energéticas, o aumento da eficiência dos processos e a implementação de tecnologias de captura de carbono. Diante desse cenário, se destaca a produção de biocombustível a partir da biomassa residual de coco verde.

Em Aracaju (SE), o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), abriga o Núcleo de Estudos em Sistemas Coloidais (NUESC), em parceria com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES) e Petrobras e juntos contribuem para dar nova utilização ás 190 toneladas de resíduos de coco verde descartadas por semana na cidade.

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“Transformamos em energia um material que representa um grande desafio para o meio ambiente, em função do alto volume e baixa taxa de decomposição”, esclarece o coordenador-adjunto de Programas Profissionais da Área de Engenharias II na CAPES, docente da Unit, pesquisador do ITP e coordenador do NUESC, Cláudio Dariva.

Desafio ambiental

O coco verde é amplamente consumido em regiões tropicais, e seu resíduo, especialmente a fibra, representa um grande desafio ambiental em razão do seu alto volume e baixa taxa de decomposição.

Em Aracaju, um estudo realizado pela Diretoria de Operações da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) apontou que a cidade gera cerca de 190 toneladas de resíduos de coco verde por semana. E foram identificados 87 pontos de venda, sendo 30 deles considerados grandes geradores, que descartam até 200 kg diários ou 400 kg em dias alternados.

Esse montante de resíduos sobrecarrega a coleta domiciliar e gera um custo anual de aproximadamente R$900 mil para a limpeza pública. Além disso, quando não destinados ao aterro sanitário, muitos desses resíduos acabam descartados de forma inadequada, agravando o passivo ambiental da cidade.

A conversão desse resíduo em biocombustível não apenas reduz o impacto ambiental, mas também oferece uma alternativa energética renovável e sustentável.

Processo de produção do biocombustível

A transformação da fibra do coco verde em biocombustível pode ocorrer por diferentes rotas tecnológicas, como a pirólise, a gaseificação e a fermentação. No caso da pesquisa realizada no NUESC do ITP, prioriza-se um processo eficiente e de baixo impacto ambiental:

Secagem e trituração: a fibra do coco é coletada, seca e triturada para facilitar o processamento.

Conversão térmica: a biomassa pode ser submetida à pirólise, que converte o material em bio-óleo, biocarvão e gases combustíveis.

Refino e aproveitamento: o bio-óleo pode ser refinado para uso em motores e geradores, enquanto o biocarvão pode ser utilizado como fonte de energia ou para melhorar a qualidade do solo.

Processo integrado

Recentemente, avanços tecnológicos permitiram a integração de três etapas essenciais para a produção de combustíveis sustentáveis: extração de óleo, produção de biodiesel e produção de bio-óleo a partir de oleaginosas.

Essa tecnologia inovadora emprega fluidos pressurizados, reduzindo significativamente o uso de solventes orgânicos e promovendo uma abordagem ambientalmente sustentável.

De acordo com a pesquisa do ITP, a abordagem maximiza o aproveitamento dos resíduos gerados no processo, contribuindo para uma economia circular e reduzindo o impacto ambiental da produção de combustíveis.

A iniciativa não apenas contribui para a redução da dependência de combustíveis fósseis, mas também melhora a gestão de resíduos urbanos, evitando o acúmulo de lixo orgânico. Além disso, a criação de uma cadeia produtiva em torno do biocombustível fomenta a geração de empregos e o desenvolvimento local, promovendo a economia circular.

Fonte: Climatempo

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Editor RuralNews
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TAGS: #Coco # Biocombustíveis
# Tecnologias # Economia Circular # Sustentabilidade
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