Agronegócio faz Mato Grosso do Sul crescer e se tornar referência em sustentabilidade
No aniversário de 48 anos, estado celebra trajetória de desenvolvimento e preservação impulsionada pelo agronegócio

Mato Grosso do Sul se torna referência em sustentabilidade com tecnologia, inovação e práticas ambientais. Foto: Famasul / Divulgação

Quando Mato Grosso do Sul nasceu, em 1977, a bovinocultura de corte já era a espinha dorsal da economia. Um ano depois, o estado recém-criado tinha 9,3 milhões de cabeças de gado, o quinto maior rebanho do país.
Porém, a história do agro sul-mato-grossense não é só sobre quantidade. Ela também envolve transformar a paisagem, o modo de produzir e o próprio jeito de pensar o campo.
Ter a Embrapa Gado de Corte, antes mesmo da criação do estado, trouxe tecnologias inovadoras que revolucionaram o Cerrado. Além disso, a recuperação de pastagens e o desenvolvimento de forrageiras tropicais protegem o solo e aumentam a produtividade. Com a inovação tecnológica aplicada na agricultura, o agro não só cresceu em números, mas também se tornou motor do desenvolvimento econômico do estado.
Agro impulsiona desenvolvimento econômico
O agronegócio é o principal motor da economia sul-mato-grossense. Entre 2002 e 2021, o PIB da agropecuária cresceu 768%, acompanhando de perto a evolução do PIB total do estado.
A produção agrícola também avançou rapidamente: a soja ocupa 4,5 milhões de hectares, o milho multiplicou sua produção em 65 vezes, e a cadeia sucroenergética se consolidou como pilar da economia. Além disso, o setor de florestas plantadas e celulose ganhou força após o Plano Estadual de Florestas de 2008.
Consequentemente, a área de eucalipto saltou de pouco mais de 300 mil para 1,7 milhão de hectares, impulsionando a instalação de três indústrias de papel e celulose, com mais uma em construção e outra em licenciamento. Assim, o setor florestal se tornou um dos líderes das exportações estaduais, rivalizando com o complexo da soja.
A suinocultura e avicultura também se firmaram nacionalmente, com crescimento expressivo nas exportações. Entre 1997 e 2024, as vendas externas do agro saltaram de US$ 338 milhões para quase US$ 10 bilhões, um avanço de 2.505%. Além disso, esse crescimento caminhou junto com a preservação ambiental, mostrando que produzir e conservar podem andar juntos.
Práticas sustentáveis consolidam o estado como referência
Mato Grosso do Sul se tornou referência em práticas sustentáveis. No plantio direto, 99% das propriedades já adotam a técnica, que protege o solo ao semear sobre a palhada da safra anterior. Além disso, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) ocupa mais de 3 milhões de hectares, combinando produção agrícola e pecuária com preservação ambiental.
A expansão do agro fez com que produtor e natureza atuassem em conjunto: cerca de 35% do território mantém vegetação nativa dentro das propriedades, e 87% da cobertura do Pantanal permanece preservada. Essas práticas garantem produtividade, diversificação de renda e compromisso ambiental.
Agro do amanhã: economia de baixo carbono
O estado busca ser carbono neutro até 2030, e o agro é peça-chave nessa transição. Sistemas de produção de baixo carbono, recuperação de pastagens, florestas plantadas e tecnologias sustentáveis — como bioinsumos e fixação biológica de nitrogênio — reforçam esse compromisso.
O ESG dá visibilidade ao que o produtor rural já faz há décadas: proteger nascentes, conservar vegetação nativa, investir em capacitação e produzir com responsabilidade ambiental. Além disso, o Sistema Famasul conecta essas práticas a mercados, políticas públicas e consumidores.
Criado em 2022, o Programa ATeG ESG levou sustentabilidade à rotina da assistência técnica, mostrando como gestão eficiente e compromisso social impactam produtividade e competitividade do agro sul-mato-grossense.
Rastreabilidade, descarbonização, uso racional da água e valorização de boas práticas agroambientais são hoje requisitos centrais para acessar mercados exigentes. Com tecnologia, inovação e eficiência, o agro de Mato Grosso do Sul prova que produzir mais pode, sim, significar preservar melhor.
