A suinocultura independente continua vivendo uma das maiores crises da sua história. Nessa quinta-feira, dia 26 de maio, o preço caiu de R$ 6,13/kg para R$ 5,60kg, segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). A relação de troca entre uma arroba suína com este valor negociado e uma saca de 60 quilos de milho cotada a R$ 87,33 fica em 1,20, quando o ideal seria 2,50.
Em Minas Gerais, o valor subiu de R$ 5,80 o kg vivo para R$ 6,00/kg, conforme informou a Associação dos Suinocultores do Estado (Asemg).
Em Santa Catarina o preço recuou de R$ 5,48 o quilo vivo para R$ 5,01 kg vivo. O setor vive uma crise ocasionada pela oferta muito grande de animais. Há caso de produtores catarinenses estão há três semanas sem conseguir carregar.
No Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 19/05/2022 a 25/05/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 3,00%, fechando a semana em R$ 5,29.
Segundo Luiz Mioto Genz, que trabalha no Paraná com consultoria no setor, historicamente mercado de suínos é uma atividade que tem crises frequentes, porém mais brandas. "Essa está sendo a maior crise que vivemos há muitos anos. Hoje o suíno está valendo metade do que custa para produzir", afirma. "A atividade é de altos e baixos e isso já ceifou muitos dos produtores que viviam exclusivamente dessa atividade", afirma.
Segundo Luiz, muitas agroindústrias estão deixando seus cooperados, rompendo contratos e deixando-os sem suporte. "Tem empresas que se baseiam no prazo de 4 meses do período de gestação das fêmeas para cancelar contratos. Algumas não vão pagar multa e aconselham os produtores para ir na Justiça discutir o problema, diz. No Paraná, muitos produtores vivem casos extremos, onde não há como alimentar os animais.
"A situação é tão complicada que muitos suinocultores têm vergonha de se mostrar. Só estão se mantendo ainda aqueles que não vivem somente da atividade", afirma Luiz.