INÍCIO AGRICULTURA Suinocultura

Extremidades climáticas desafiam suinocultores em 2024

Impactos do fenômeno El Niño na safra 2023/2024 refletirão diretamente no custo da alimentação animal

Publicado em 10/01/2024

Os desafios e os riscos associados às extremidades climáticas estão no topo das preocupações da cadeia produtiva suinícola neste início de 2024. A apreensão se dá, especialmente, no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, estados que, juntos, respondem por mais de 70% dos abates de suínos do país.

Depois dos prejuízos causados pelas enchentes, em 2023, os olhos de produtores integrados e independentes voltam-se para o impacto da escassez hídrica nas lavouras de milho e soja do ciclo 2023/2024. A extensão das perdas de produtividade, especialmente no Mato Grosso, que responde por 30,2% da produção brasileira de grãos, se refletirá diretamente na elevação do custo com a alimentação animal. O mesmo ocorre com as lavouras dos estados do Sul, que já registram perdas de qualidade e produtividade em decorrência da umidade.
Foto: Wenderson Araújo / Trilux
Foto: Wenderson Araújo / Trilux

Conforme a Central de inteligência de Aves e Suínos (CIAVS) da Embrapa Suínos e Aves, somente o estado de Santa Catarina - maior produtor suinícola do país - foi responsável pelo ápice de R$ 8,07 pelo custo do quilo vivo em dezembro de 2022. Já na última edição do levantamento, em novembro de 2023, a referência estava R$ 6,12/ kg vv. "Por mais que tenha caído o preço dos insumos da metade de 2023 para a frente, não foi o suficiente para recuperar a receita porque também caiu preço do suíno", analisa o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi.
Segundo os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o ano deve ser favorável para a atividade. "O suinocultor pode vislumbrar um cenário de rentabilidade um pouco melhor do que a observada entre 2018 e 2022, sobretudo em decorrência das recentes desvalorizações do milho e do farelo de soja, principais insumos utilizados para a nutrição do animal e que, portanto, representam grande parcela dos custos", pontuou boletim do centro divulgado na primeira semana de janeiro.

Exportações
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta, para este ano, um avanço de 1% à produção brasileira, estimada em até 5,15 milhões de toneladas. Para as exportações, a aposta está na diversificação dos destinos. “Existem boas perspectivas de incremento nas exportações a partir da abertura de novos mercados e da ampliação de destinos já consolidados, também em função da desaceleração dos embarques de importantes concorrentes, como é o caso da União Europeia e do Canadá”, avalia o diretor de Mercados da ABPA, Luis Rua.

O setor encerrou o ano passado com resultado recorde nos embarques de carne suína e derivados. As remessas totalizaram 1,229 milhão de toneladas, volume 9,8% maior que o embarcado em 2022, de 1,120 milhão de toneladas. “O resultado confirma as projeções estabelecidas pela ABPA para 2023, em um ano marcado pelas oscilações de custos de produção e pela busca de recuperação da rentabilidade na atividade", pontua o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

A China manteve-se como maior importadora de carne suína do Brasil, mesmo com redução de 15,6% na quantidade adquirida. O país asiático foi o destino de 388,6 mil toneladas do produto ao longo de 2023, Hong Kong figura na segunda posição com 126,6 mil toneladas (+29,3%), e foi seguido pelas Filipinas, com 126 mil toneladas (+58,8%). Na sequência, estão o Chile, com 87,5 mil toneladas (+44,2%) compradas, Singapura, com 64,3 mil toneladas (+16,2%), Uruguai, com 49,1 mil toneladas (+11,9%), Vietnã, com 47,8 mil toneladas (+4,8%) e Japão, com 40,3 mil toneladas (+46,9%).

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