Decisão fortalece o comércio entre Brasil e Chile, ampliando as exportações de carne suína paranaense e gerando mais oportunidades para os produtores do estado
O Paraná agora é oficialmente reconhecido pelo Chile como uma zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que permitirá ao estado exportar carne suína para o país. A confirmação foi antecipada pelo ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, nas redes sociais e será formalizada nesta quarta-feira (23) durante a visita da comitiva do presidente chileno Gabriel Boric ao Brasil.
O ministro destacou que essa decisão faz parte do esforço contínuo para fortalecer as relações comerciais entre os dois países e ampliar a troca de produtos agropecuários. "Reconhecemos que o Paraná está livre de febre aftosa e, portanto, podemos receber carnes deste importante estado do sul do Brasil", afirmou Valenzuela.
A importância dessa medida foi ressaltada pelo secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Marcio Nunes. "Este é um marco significativo para o Paraná, um dos maiores produtores de carne suína do Brasil. Essa decisão vai gerar mais renda para nossos produtores, mais empregos, além de valorizar e reconhecer a qualidade e a sanidade de nossos produtos", explicou Nunes.
Com 12,4 milhões de suínos abatidos em 2024, o Paraná é o segundo maior produtor de carne suína do Brasil, representando 21,5% do abate nacional. No ano passado, o estado foi o principal responsável pelo crescimento da produção, aumentando sua produção em 281,4 mil animais em comparação com 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, comemorou a decisão, que atendia a um pedido antigo dos frigoríficos paranaenses. "Este é um pleito histórico do Estado. Em breve, as empresas paranaenses estarão exportando carne suína para o Chile", afirmou Rua.
Além disso, o Paraná se destacou como o terceiro maior exportador de carne suína do Brasil em 2024, com um total de 185,5 mil toneladas, atrás de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O reconhecimento do Paraná como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), em maio de 2021, foi um marco importante para a agropecuária paranaense. Essa conquista possibilitou a abertura de novos mercados para os produtos agropecuários do estado e colocou a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) como uma referência em defesa sanitária no país.
A chancela internacional foi resultado do trabalho conjunto dos produtores rurais, cooperativas agrícolas e órgãos estaduais, que implementaram políticas de rastreabilidade e atualização de rebanhos, substituindo as campanhas de vacinação bianuais.
Troca de Benefícios ComerciaisAlém da autorização para a importação de carne suína paranaense, o Brasil também abriu seu mercado para o Chile, permitindo a importação de mel chileno. "Essa é uma grande notícia para o setor apícola, pois o Brasil autorizou a entrada de nossas exportações de mel", anunciou Valenzuela, destacando o avanço nas relações comerciais entre os dois países.