Produtores do oeste baiano devem eliminar plantas vivas até outubro e medida visa reduzir incidência da principal doença da cultura
A partir do dia 26 de junho, começa o vazio sanitário da soja na Bahia, com foco inicial na Região I, que inclui os principais municípios produtores do oeste do estado, como Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, São Desidério e Formosa do Rio Preto. Até 7 de outubro, está proibida a presença de plantas vivas ou voluntárias de soja nas lavouras. A medida tem como principal objetivo conter a ferrugem asiática, doença altamente agressiva que compromete a produtividade da cultura.
Este ano, o calendário agrícola da soja na Bahia foi regionalizado pelo Ministério da Agricultura, por meio da Portaria SDA/MAPA nº 1.271. O estado agora está dividido em três regiões, cada uma com datas específicas para o vazio sanitário e para o início da semeadura, respeitando as características edafoclimáticas de cada área. A Região I, que concentra a maior parte da produção, será a primeira a iniciar o vazio sanitário.
A semeadura na Região I poderá ser feita entre 8 de outubro e 31 de dezembro. Já nas Regiões II e III, os períodos vão de 15 de setembro a 15 de dezembro, e de 15 de março a 25 de junho de 2026, respectivamente.
A ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi) é uma das doenças mais temidas pelos sojicultores. O vazio sanitário, com duração mínima de 90 dias sem plantas vivas, é a principal ferramenta para interromper o ciclo do fungo entre as safras e reduzir a pressão da doença na lavoura.
Para fortalecer o controle, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) também publicou a Portaria Estadual nº 043, que institui o Programa Estadual de Prevenção e Controle de Pragas da Soja. A normativa estabelece regras para cadastro obrigatório das áreas cultivadas, monitoramento de pragas e cultivos excepcionais.
A Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), por meio do seu Programa Fitossanitário, está orientando os produtores quanto às novas exigências. “A regionalização exige ainda mais atenção dos agricultores, principalmente em áreas recém-zoneadas”, explica Aloísio Júnior, gerente de Agronegócio da Aiba. Ele ressalta que o vazio sanitário é indispensável para a sustentabilidade da soja no estado.