Tarifas dos EUA derrubam preços da soja em Chicago
Mercado reage ao aumento das tarifas de importação e teme retaliações globais

Queda nos preços da soja em Chicago reflete incertezas do mercado diante das novas tarifas dos EUA. Foto: Getty Images

Os contratos futuros da soja operam em forte queda na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (03/04), após o anúncio do governo dos Estados Unidos sobre o aumento das tarifas de importação. A posição maio recua 22 pontos, sendo negociada a US$ 10,07 por bushel, ampliando as perdas do pregão anterior, que fechou com baixa de 4 cents.
Mais do que o impacto direto das tarifas, o mercado observa com preocupação as possíveis retaliações dos países afetados. Os Estados Unidos são os maiores exportadores globais de alimentos, com embarques anuais estimados em 50 milhões de toneladas de soja, 62 milhões de toneladas de milho e 23 milhões de toneladas de trigo. O país também lidera as exportações de carnes e outros produtos agropecuários.
De acordo com a Granoeste Corretora, as novas tarifas estabelecem um mínimo de 10% para produtos brasileiros, enquanto para a China a alíquota será de 34%, Japão 24% e União Europeia 20%. Outros países também foram impactados com taxas elevadas. O cenário levanta incertezas sobre possíveis retaliações e o impacto no comércio global, que pode sofrer desaceleração e um aumento na inflação.
No Brasil, a expectativa é de que os prêmios de exportação reajam positivamente, impulsionados pelo possível redirecionamento da demanda. Em Paranaguá, as primeiras indicações de prêmios variam entre 60 e 100 pontos no mercado spot, um aumento de 15 a 30 pontos em relação ao dia anterior. No entanto, oscilações ao longo do dia são esperadas.
Já as indicações de compra mostram queda entre R$ 2,00 e R$ 3,00 por saca em comparação ao fechamento anterior. No oeste do Paraná, os preços variam entre R$ 122,00 e R$ 124,00, enquanto em Paranaguá, as cotações oscilam entre R$ 131,00 e R$ 134,00, dependendo do prazo de pagamento e das condições de embarque.
