Soja enfrenta desafios logísticos e foca na armazenagem

No Rio Grande do Sul, a safra de soja foi marcada por baixa produtividade e elevado endividamento dos produtores. De acordo com dados da TF Agroeconômica a estiagem prolongada comprometeu a qualidade dos grãos e afetou severamente a produção de sementes. Mesmo com uma recuperação recente nos preços, os produtores seguem pressionados por limitações estruturais e buscam alternativas para securitização de dívidas. O estado, que possui o maior número de unidades armazenadoras do país, demanda políticas que fortaleçam a armazenagem descentralizada. No porto, o preço é de R$ 133,00, com queda de 1,34%.

Em Santa Catarina, a colheita alcançou 99,6% da área. Apesar disso, não há dados atualizados sobre comercialização e logística no estado. A falta de informações locais limita a análise do mercado, dificultando o planejamento dos produtores. No porto de São Francisco, a saca de soja é cotada a R$ 134,06.

No Paraná, a colheita já foi concluída. Agora, o foco está na armazenagem e no manejo sanitário, principalmente com o início do vazio sanitário no dia 2 de junho. O estado concentra 18% da capacidade estática de armazenagem do Brasil e vem investindo em novas unidades, buscando maior autonomia no pós-colheita. Em Paranaguá, a soja é negociada a R$ 133,28.

Em Mato Grosso do Sul, a colheita também foi finalizada, com produtividade média de 54,4 sacas por hectare — crescimento de 11,4% em relação ao ciclo anterior. A produção chegou a 14,686 milhões de toneladas, alta de 18,9%. Apesar do bom desempenho, a pressão logística é intensa, agravada pelo escoamento da soja estocada e pela proximidade da colheita do milho. Os preços são: Dourados R$ 117,30, Campo Grande R$ 118,07, Maracaju R$ 117,30 e Chapadão do Sul R$ 112,02.

No Mato Grosso, a safra foi recorde, com 50,58 milhões de toneladas produzidas e produtividade de 3.971 kg/ha. Contudo, o déficit de armazenagem atinge 45,10 milhões de toneladas. A campanha “Armazém para Todos” busca ampliar o acesso a financiamentos para silos próprios. Os preços seguem firmes, sustentados pela demanda externa: Campo Verde R$ 112,89, Lucas do Rio Verde R$ 110,03, Nova Mutum R$ 110,03, Primavera do Leste R$ 112,89, Rondonópolis R$ 112,89 e Sorriso R$ 110,03.

Safra de soja finalizada no Brasil, mas logística e armazenagem seguem como desafios. Foto: Canva

O MATOPIBA ampliou sua participação nas exportações, especialmente Bahia, Maranhão e Tocantins, que usam majoritariamente os portos do Arco Norte. Mesmo com esse avanço, o gargalo logístico permanece: a região ainda carece de capacidade de armazenagem suficiente, o que limita o poder de negociação dos produtores. Os preços foram: Balsas R$ 134,06, Aliança R$ 134,06, Uruçuí-PI R$ 134,06 e Barreiras R$ 117,15.

Em Goiás, a colheita foi concluída em maio, com produtividade média de 4.122 kg/ha. O estado se consolida como um dos principais polos exportadores de soja, beneficiado por condições climáticas favoráveis e pelo crescimento da logística regional.