Dollar soy da Argentina pode afetar cotações da oleoginosa a nível global
O valor do dólar passa a ser 230 pesos nas negociações de exportação do complexo industrial da soja, ainda maior do que em setembro, quando eram 200
A intenção do governo argentino é trazer para o país o valor de US$ 3 bilhões, uma vez que o país sofre a falta de dólares para pagar suas contas com o FMI
A Argentina iniciou nova rodada do chamado "dollar soy" nesta segunda-feira, dia 28/11. A medida foi anunciada na última sexta-feira, dia 25, pelo ministro da economia, Sérgio Massa. O valor do dólar passa a ser 230 pesos nas negociações de exportação do complexo industrial da soja, cotação ainda maior do que a de setembro, quando eram 200 pesos. A intenção do governo argentino com essa medida é trazer para o país o valor de US$ 3 bilhões, uma vez que o país sofre a falta de dólares para pagar suas contas com o FMI, por exemplo. Os exportadores elogiaram a decisão, que foi duramente criticada pelo agronegócio argentino.
O "dollar soy" pode afetar diretamente o mercado spot da soja na Argentina. Como o plantio por lá está atrasado, a safra nova ainda é muito incerta e isso tira a segurança do produtor local para novas fixações. A nível industrial, com a pressão na margem de esmagamento pode ser registrada uma queda nos prêmios tanto do farelo quanto do óleo.
A nível externo, a soja argentina vai ter mais concorrência da soja brasileira que vai chegar ao mercado em janeiro. A presença maior da Argentina também pode afetar o programa norte-americano, que pode ter um aumento dos estoques de grãos e influenciando os futuros preços da commodity na Bolsa de Chicago.
De acordo com cálculos da Hedge Point Global Markets, há ainda perto de 12 milhões de toneladas da soja ainda a ser comercializada da safra 2021/22, volume que se mostra apertado frente a uma constante baixa no saldo exportável de trigo diante das perdas da safra atual do país em função das severas adversidades climáticas.
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