Déficit de armazenagem para soja encarece fretes em Mato Grosso
Produtores perdem poder de negociação e custos logísticos disparam com colheita recorde

Déficit de armazéns pressiona logística em Mato Grosso. Foto: Canva

Mato Grosso finalizou a colheita da safra 2024/25 com produtividades recordes, mas enfrenta sérios desafios na gestão da safra devido à falta de armazenagem. Segundo aTF Agroeconômica, o estado apresenta um déficit estimado em 45,1 milhões de toneladas entre soja e milho, o que obriga muitos produtores a venderem logo após a colheita, com menor margem de negociação.
A concentração de armazéns nas mãos de grandes tradings limita as opções logísticas e amplia a dependência comercial. Essa escassez estrutural também sobrecarrega os sistemas de transporte. Em 17 de maio, o frete da soja com destino ao Porto de Santos alcançou R$ 330 por tonelada, configurando um recorde sazonal e elevando os custos logísticos em 10% na comparação semanal.
A comercialização segue lenta, e os custos para escoamento até Miritituba continuam altos, dificultando o fluxo da produção mesmo em plena safra. A Conab alerta que, sem investimentos robustos em armazenagem descentralizada, Mato Grosso pode atingir um déficit de até 77,5 milhões de toneladas em 2034, o que ameaça sua posição de liderança na produção agrícola nacional.
