Colheita da soja em MS ultrapassa 96% da área cultivada na safra 2024/2025
Estado já colheu cerca de 4,3 milhões de hectares, mas mais da metade da área foi afetada por estresse hídrico

Com colheita avançada, soja em MS já cobre mais de 96% da área total estimada. Foto: Canva

A colheita da soja na safra 2024/2025 em Mato Grosso do Sul já atinge 96,4% da área total estimada, conforme dados divulgados pelo Projeto SIGA-MS, executado pela Aprosoja/MS. Até o dia 4 de abril, foram colhidos aproximadamente 4,3 milhões de hectares no estado.
Entre as regiões, o Sul lidera os trabalhos com média de 97,5% da área colhida, seguida pelo Centro, com 96,8%, e pelo Norte, com 91,2%. Apesar do avanço expressivo, a safra foi fortemente impactada por condições climáticas adversas. Segundo o levantamento, cerca de 2,3 milhões de hectares – ou 52% da área total – foram afetados por estresse hídrico, especialmente nas lavouras semeadas entre setembro e meados de outubro.
As perdas estão associadas principalmente à falta de chuvas nos meses de dezembro e, sobretudo, janeiro, período considerado crítico para o enchimento de grãos.
A área cultivada neste ciclo é estimada em 4,5 milhões de hectares, um aumento de 6,8% em relação à safra anterior. A produtividade, por sua vez, foi revisada para 54,4 sacas por hectare, resultando em uma produção estimada de 14,6 milhões de toneladas. Esses números são baseados em uma amostragem correspondente a 10,7% da área total.
“A área, produtividade e produção ainda serão confirmadas no estado, pois estamos apenas no início da amostragem. O objetivo de toda safra é atingir, no mínimo, 30% da área total. Nas safras passadas, amostramos no mínimo 1.000 propriedades, com alguns municípios tendo praticamente toda a sua área amostrada.
Além disso, teremos a revisão da área, que será concluída ao final da colheita, demonstrando a área total plantada no estado com base em dados de sensoriamento remoto”, explica Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS.
Metodologia de levantamento de produtividade
Período de amostragem: fevereiro a abril
Estimativa inicial: baseada na média dos últimos cinco anos
Estimativa de revisão: baseada em 10% da área amostrada
Produtividade final: obtida por sensoriamento remoto e amostragem de 30% da área cultivada
Levantamento de campo: baseado na média de amostragens em propriedades
Dados preliminares: coletados semanalmente em conversas com produtores e lideranças locais
Esses dados são fundamentais para orientar negociações de crédito e planejamento de comercialização por parte dos produtores e instituições financeiras.
