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Safra robusta e tarifas impactam mercado, mas preços seguem em queda

Produções robustas, tarifas reduzidas e estoques elevados marcam o cenário dos grãos

Foto do autor Redação RuralNews
26/05/2025 |

De acordo com o Agro Mensal, relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, o mercado de grãos em maio foi marcado por importantes movimentações internacionais, boas condições climáticas no Brasil e nos EUA e oscilações nos preços, que seguem pressionados apesar da expectativa de produção elevada para as principais culturas.

A soja teve valorização em Chicago, com alta acumulada de 3,6% entre abril e a primeira quinzena de maio, impulsionada especialmente pela alta nos preços do óleo e pela redução temporária nas tarifas entre Estados Unidos e China. O óleo subiu 12,5% em abril e 3% em maio. As tarifas americanas foram reduzidas de 145% para 30% e as chinesas de 125% para 10%, por 90 dias.

No Brasil, a soja teve leve alta de 1% em Sorriso (MT) em abril, para R$ 110/saca, sustentada por prêmios valorizados. Em maio, o grão recuou 1%, para R$ 109/saca, pressionado pela queda dos prêmios e valorização do real (de R$ 5,78 para R$ 5,67). A comercialização da safra 2024/25 avançou para 57%, ainda abaixo da média de cinco anos (64%), com cerca de 70 milhões de toneladas ainda por negociar.

O USDA manteve as estimativas de produção de 2024/25 em 169 milhões t para o Brasil e 49 milhões t para a Argentina. Para 2025/26, a previsão é de 175 milhões t no Brasil, com aumento de área plantada, e 48,5 milhões t na Argentina. O consumo global deve crescer 3%, e os estoques finais 1%, atingindo 124 milhões t. A reaproximação entre EUA e China fortalece as cotações em Chicago, mas pressiona os prêmios no Brasil, com os EUA devendo retomar competitividade a partir de setembro. Até lá, a China deve seguir ativa nas compras brasileiras.

No milho, os preços subiram 4,6% em abril em Chicago (USD 4,75/bu), mas caíram 5,5% em maio (USD 4,49/bu), com bom avanço do plantio nos EUA. Internamente, os preços recuaram 6% em abril (R$ 83,59/sc em Campinas) e mais 7,6% em maio (R$ 77,20/sc), com a boa perspectiva para a 2ª safra brasileira. Segundo a Conab, cerca de 90% das lavouras estão em fase reprodutiva e mais de 80% têm condição entre boa e excelente.

O USDA revisou a safra 2024/25 do Brasil para 130 milhões t e projeta 131 milhões t para 2025/26, além de 53 milhões t na Argentina. Para os EUA, a produção pode chegar a 402 milhões t, com incremento de 27% nos estoques finais (de 35,9 para 45,7 milhões t). No curto prazo, a gripe aviária no RS e a suspensão das exportações de frango podem afetar a demanda por milho, ampliando a pressão de baixa nos preços domésticos.

No trigo, a cotação média em Chicago caiu 1,5% em abril, para US$ 5,35/bushel, e continuou em queda até meados de maio, atingindo USDc 499/bu no dia 12, após o USDA divulgar estimativas de safra global recorde em 2025/26. Geadas na Rússia e sul da Ucrânia e leve piora nas condições da safra de inverno nos EUA causaram alguma recuperação nas cotações no fim de maio.

No mercado brasileiro, a entressafra manteve a oferta restrita. No RS, o preço médio subiu 3% em abril (R$ 74,72/sc), mas recuou 4% em maio (R$ 71,61/sc). No PR, o mercado ficou estável em R$ 80/sc. A Conab projeta queda de 9,3% na área plantada para 2025/26, especialmente no PR. A relação de troca com MAP segue desfavorável, e a tendência é de menor nível tecnológico nas lavouras.

Já no arroz, os preços permaneceram praticamente estáveis em abril (R$ 76,27/sc), com leve queda para R$ 75,02/sc em maio. A comercialização segue lenta, com produtores vendendo apenas em caso de necessidade de caixa. A colheita da safra 2024/25 está praticamente finalizada, com 95,1% das áreas colhidas até 17/05. A produtividade média nacional é de 7 t/ha, alta de 7,4% frente à safra anterior. Com aumento de 6,9% na área, a produção deve crescer 14,8%, totalizando 12,1 milhões t.

As exportações de arroz caíram 28% em abril em relação a março. A baixa competitividade internacional e a concorrência de países do Mercosul, como Paraguai e Uruguai, dificultam o escoamento. O USDA projeta produção e consumo globais recordes de 538,7 milhões t e 538,8 milhões t para 2025/26, com estoques finais inalterados frente a 2024/25.

TAGS: #Safra # USDA
# Grãos # Milho # Trigo # Soja
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Editor RuralNews
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