Perspectivas são positivas para a produção em 2025/26, mas clima, pragas e manejo exigem atenção redobrada do produtor
Com boas expectativas para o milho e avanço do sorgo como alternativa estratégica, Mato Grosso inicia a safra 2025/26 com cenário promissor. No entanto, janelas de plantio mais curtas, instabilidade climática e aumento da pressão de pragas, doenças e plantas daninhas trazem alertas importantes para os produtores.
Segundo o Imea, a produção de milho na safra 2024/25 deve atingir 48,88 milhões de toneladas, alta de 3,63% sobre o ciclo anterior. A área cultivada aumentou para 7,11 milhões de hectares, com produtividade média prevista em 114,54 sacas/ha, impulsionada pelo clima favorável até abril.
O estado também lidera a produção nacional de etanol de milho, com 68% do volume total em 2024. A moagem de 12,5 milhões de toneladas resultou em 5,62 bilhões de litros. Para 2025/26, a projeção é de 7,03 bilhões de litros, com 5,98 bilhões provenientes do milho. Até 2033/34, a estimativa chega a 12,62 bilhões de litros, com novas usinas ampliando a capacidade de produção.
Mesmo com o cenário positivo, o engenheiro agrônomo Gustavo Corsini alerta que o sucesso do próximo ciclo dependerá de decisões assertivas já em andamento. “Controle integrado e monitoramento constante serão cruciais para evitar perdas, especialmente com insetos que já impactaram safras anteriores”, afirma.
Sorgo ganha força como opção viável para a segunda safra
Com alta tolerância à seca e boa aceitação no mercado, o sorgo avança em áreas com menor disponibilidade hídrica. Em Goiás, a área plantada deve crescer 2,2% na safra 2024/25, atingindo 393 mil hectares. A produção esperada é de 1,375 milhão de toneladas, segundo a Cogo Inteligência em Agronegócio.
Além da resistência, o sorgo se destaca pela atratividade econômica: o custo de produção é de 20% a 30% menor que o do milho segunda safra, e os preços variam entre 80% e 85% do valor do milho, mantendo boa liquidez. A cultura também tem potencial para a produção de etanol e geração de biomassa, com adaptação a solos menos férteis e mais ácidos.