Plantio de soja e milho supera média das últimas cinco temporadas, impulsionado por clima positivo e expectativa de alta produtividade
O plantio das novas safras de soja e milho nos Estados Unidos segue em ritmo acelerado e acima da média histórica, impulsionado por condições climáticas favoráveis. De acordo com a consultoria Hedgepoint Global Markets, o avanço das máquinas nas últimas semanas tem sido expressivo nos principais estados do cinturão agrícola, permitindo um início promissor para a temporada 2025/26.
Segundo Luiz Fernando Roque, coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, tanto o plantio da soja quanto o do milho superam os percentuais registrados no mesmo período de 2024 — que já havia sido considerado positivo — e também estão acima da média dos últimos cinco anos.
“Podemos dizer que a safra norte-americana começa de forma muito positiva, com boas perspectivas de produtividade. No entanto, há preocupação com a umidade do solo em partes do oeste e noroeste do cinturão, que estão em níveis abaixo do ideal. Isso reforça a necessidade de chuvas regulares nas próximas semanas”, destaca Roque.
Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmam o avanço significativo do plantio. Até 18 de maio, 66% da área de soja já havia sido semeada — contra 48% na semana anterior, 50% no mesmo período de 2024 e 53% na média das últimas cinco safras.
No milho, o plantio alcançou 78% da área estimada, frente aos 62% da semana anterior. No mesmo período do ano passado, o índice era de 67%, e a média para os últimos cinco anos está em 73%.
A Hedgepoint avalia que, se as condições climáticas continuarem favoráveis nos próximos meses — especialmente entre junho e agosto — há potencial para produtividades recordes nas duas culturas. Porém, a consultoria pondera que, embora se espere uma produtividade elevada para a soja, a safra pode ser menor devido à redução da área plantada em comparação com a temporada passada.
“Já no milho, a tendência é de produção recorde, com possibilidade de ultrapassar 400 milhões de toneladas, considerando o aumento de área e o potencial produtivo elevado”, aponta Roque.
Os mapas climáticos mais recentes indicam um aumento da umidade sobre a metade sul do cinturão produtor entre os dias 23 e 29 de maio, o que pode desacelerar temporariamente o ritmo das operações de plantio. Já na metade norte, a previsão é de menor umidade, embora os estados mais a oeste devam receber volumes um pouco mais significativos de chuva. Para o período entre 30 de maio e 5 de junho, há expectativa de umidade mais ampla em todo o cinturão, com acumulados maiores novamente previstos para o sul.