Painéis presenciais e virtuais foram realizados em quatro estados com produtores das duas culturas
O projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), deu início nesta semana aos painéis para levantamento dos custos de produção da agropecuária em 2025. As atividades ocorreram de forma híbrida – virtual e presencial – nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo, com foco nas culturas de cana-de-açúcar e café.
Em Barretos (SP), o painel ocorreu na quarta-feira (9), com destaque para uma área modal de 100 hectares e produtividade estimada em 70 toneladas por hectare. O número representa queda frente à safra passada, afetado principalmente por incêndios registrados na região em 2024.
Já na quinta-feira (10), os dados foram coletados em Nova Alvorada do Sul (MS), com propriedade modal de 1.000 hectares e produção média de 80 t/ha. Na sexta-feira (11), Cambará (PR) sediou o painel, que definiu uma área modal de 73 hectares, com produtividade projetada em 75 t/ha.
Eduarda Lee destacou que, em diversas regiões, houve avanço significativo na mecanização do plantio, reflexo da crescente escassez de mão de obra no setor.
A maior parte da produção, cerca de 60%, continua sendo conduzida sob regime de parceria. Os outros 40% são divididos entre áreas em produção e recepadas, manejadas com mão de obra familiar.
Em comparação ao painel anterior, houve aumento de 33,7% no Custo Operacional Efetivo (COE) por saca, pressionado por elevações nos preços de corretivos (10,1%), fertilizantes (15,3%) e mão de obra (50,1%). Este último item foi impactado pelo modelo de parceria, cuja valorização acompanha a alta de 86,8% no preço do café.
No município de Cachoeiro do Itapemirim, a produtividade também melhorou, influenciada por melhores condições climáticas no período analisado. A irrigação ajudou a mitigar os efeitos da escassez hídrica. O modelo de parceria, em que o parceiro recebe 40% da produção, foi o principal fator de aumento dos custos. Apesar da Receita Bruta 64,5% superior, o acréscimo no COE (47,6%) e o custo de oportunidade da terra resultaram em prejuízo na análise econômica completa.
Por fim, no painel de Jaguaré, os produtores relataram melhora expressiva nos preços de comercialização e redução na necessidade de antecipação de receita via CPRs. O COE subiu 22,6%, puxado por aumentos nos custos com mecanização (7,9%), mão de obra (28,9%), corretivos (66,7%) e fertilizantes (34,3%). A Receita Bruta teve crescimento de 53,3%.