Milhões de jovens em todo o país se mobilizaram no primeiro final de semana de novembro em busca do disputado acesso ao Ensino Superior através da Prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Porém, questões da prova escreverem "uma das mais tristes páginas da educação brasileira contemporânea", segundo as entidades representantivas.
"As questões distorceram informações e reforçaram preconceitos sobre o agronegócio junto ao público juvenil, uma forma covarde e desleal de propagar a desinformação e a má formação dos nossos estudantes. Um desserviço à Nação", afirmou a Aprosoja Brasil, uma das entidades mais representativas do setor.
Para a entidade, a soja é um dos expoentes do principal setor da economia do Brasil e não um vetor de desmatamento. "Graças ao Código Florestal, os produtores rurais são obrigados por Lei a reservar parte das áreas das propriedades rurais para fins de preservação ambiental, sob pena de pesadas sanções econômicas e fiscais em caso de descumprimento", destacou a entidade.
O Código Florestal garante que 84% do bioma Amazônico estejam preservados. Conforme dados públicos, a soja é plantada em apenas 1,5% da área daquele bioma. "Não existe uma expansão desenfreada e nem desordenada da área plantada de soja como a questão quer transparecer", segundo a Aprosoja.
Outro ponto que causou revolta para a Aprosoja foi a questão elaborada pela banca que ignora que o produtor rural brasileiro que produz dentro do bioma é o único no mundo que preserva 80% da propriedade na forma de vegetação nativa. "Adicionalmente, a soja vem sendo cultivada em áreas de pastagens que antes eram usadas pela pecuária, e não em áreas que foram recentemente abertas", afirma.
Segundo nota oficial, a Aprosoja afirma também que as questões colocadas aos estudantes não levam em consideração que o agro brasileiro é mundialmente reconhecido por suas boas práticas agrícolas e pelo menor uso de insumos comparado com os demais países produtores de alimentos.
A banca do Enem também desconsidera a importância socioeconômica da cultura da soja, que gera empregos diretos, indiretos e induzidos no campo e nas cidades, melhorando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nas regiões produtoras
"Portanto, a banca novamente comete um desserviço e uma agressão aos produtores de soja ao espalhar desinformação e, de forma ideológica, tentar macular a cultura mais importante do agronegócio brasileiro", finaliza a nota oficial da Aprosoja.