A CPI do dia 8 de Janeiro não terá apenas o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), como seria comum em uma apuração do Parlamento. Terá ao menos 10 relatórios paralelos, produzidos por senadores e deputados da comissão, que serão igualmente enviados ao Ministério Público Federal para possível andamento de investigações.
A previsão é do deputado federal Abílio Brunini (PL-MT), que é membro da comissão. “Haverá uns 10 relatórios. Quem teve acesso, por exemplo, a um extrato bancário e achar alguma irregularidade, vai fazer um relatório e enviar ao Ministério Público”, disse. O parlamentar diz também que o relatório de Eliziane Gama “tem apenas a diferença de ser um documento oficial do Congresso e, assim, ser enviado”, mas que não tem poder de punição ou acusação formal.
Brunini também destacou durante entrevista ao canal Fator Político BR que a comissão perdeu o foco “diversas vezes” com a convocação de pessoas para tratamento de assuntos totalmente fora do propósito original. “Convocaram até um hacker”, exclamou, em referência a Walter Delgatti Júnior, condenado a 22 anos de prisão por invasão de celulares de membros da operação Lava Jato, em 2019.
A citação ocorreu em cobrança à Presidência da CPMI de que sejam convocados, por exemplo, chefes da Força da Segurança Nacional e o ministro Flávio Dino (Justiça) “que têm informações a prestar”, segundo Brunini.
Dino na Câmara
Está prevista para segunda-feira, dia 25, a ida de Flávio Dino à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara, para responder sobre o “apagão” das imagens do dia 8 de janeiro no ministério, a cooperação com a CPMI e supostas práticas abusivas dele contra a empresa Google.
O comparecimento de Dino será na condição de convidado, à qual ele mesmo pode recusar sem o risco de punição. O pedido de comparecimento do ministro na comissão partiu dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Evair de Melo (PP-ES) e Bia Kicis (PL-DF).