O mercado do gado pronto tem se mantido estável na semana, com altas pontuais em algumas localidades. Está muito claro que as escalas de trabalho tiveram pequenas reduções, fazendo a indústria melhorar as propostas, em especial para machos, com uma sinalização de diminuição na participação de fêmeas no mês de março.
Ao considerarmos os abates SIF, vamos observar que o primeiro trimestre mantém uma participação de fêmeas mais elevado que nos últimos dois anos. A porcentagem no total chega a 41%, números que fica em torno de 1,5 p.p. mais alto que o mesmo período do ano passado. Em linhas gerais, os dois primeiros meses do ano de 2024 tiveram abates muito intensos de machos e, principalmente, de fêmeas.
No mês de março, apenas com dados federais, houve redução tanto para machos, quanto fêmeas, 4,5% e 13,8%, respectivamente. Na expectativa, nos traz uma atenção mais aguda de que o final da safra de pasto de bois possa ter um impacto menor, amenizado pelo arrefecimento de oferta. A tal expectativa lançada depende se a desaceleração apresentada em março for mantida nos próximos dois meses.
Uma questão relevante, ponto comum, é a visão de oferta bem menor de bezerros desmamados em 2025 e 2026, causado por um grande abate de fêmeas em idade reprodutiva desde 2022. Para ilustrar, destaco que há indústrias frigoríficas se preparando (comprando bezerro e gado magro para oferta própria) e tem um projeto apresentado nesta semana na Câmara Federal para elevar a taxação de exportação de gado em pé para 50%.
Como avalio as questões sobre a ótica econômica, apresento alguns fatores para reflexão: em 2023 foram 600 mil animais embarcados; os embarques são uma alternativa interessante para pecuaristas do Pará e Rio Grande do Sul (principalmente), uma possibilidade além dos frigoríficos; em um ano no qual a oferta será reduzida (2025, 2026...) seria interessante para setores da economia e política a redução dos embarques de animais vivos. Faz sentido?