Há um fator ligado ao mercado da pecuária bovina de corte que ainda não tem dado consolidado, mas que é facilmente observado pelos operadores. O abate de fêmeas, melhor dizer de vacas, está massivo no País, com intensidade parecida com aquela vista em 2023. É importante lembrar que há poucos levantamentos que conduzem as informações de abate no Brasil, o principal, do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, traz dados trimestrais, de modo que sempre olhamos para o “passado”. O IMEA, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, traz os dados com mais frequência do Mato Grosso, dando algum alinhamento sobre o tema.
Para se entender melhor, o volume de vacas para abate é intenso em todo o Brasil o que garante as escalas acima de 10 ou 11 dias. Um dos motivos para o fator, além do descarte natural e sazonal de fêmeas, passa pelo preço, ainda insatisfatório dos bezerros. O cenário proporciona um interesse maior do pecuarista em enviar vacas para o gancho. Há também na operação a identificação do número menor de bois para abate nas praças produtoras.
A configuração descrito justifica os recuos, agora perceptíveis em todas as praças produtoras, nos preços praticados para o gado pronto (boi, vaca e novilha). Mesmo com uma boa resistência dos pecuaristas brasileiros, fundamentados em um bom volume de pastagens, a escala longa e a disponibilidade de animais para abate mantém a tendência de baixa.
Conversando com alguns amigos e amigas, que atuam com consultoria de mercado, confirmei uma tendência, cada vez mais clara, de uma pressão maior sobre os preços do gado pronto entre março e abril. Portanto, fator de atenção para o pecuarista brasileiro.