Percepção da desigualdade de gênero cai entre mulheres do campo
Pesquisa da Agroligadas aponta que 64% do público feminino ainda consideram desigualdade presente, mas 79% avaliam que situação melhorou nos últimos 10 anos
A percepção de que há desigualdade de gênero no campo é uma realidade que ainda atinge 64% das mulheres do agronegócio. Mas 79% relatam que a situação de hoje é melhor do que há 10 anos. Os números são de pesquisa recente da entidade representativa Agroligadas, promovida para medir a percepção das mulheres sobre a participação feminina no agronegócio brasileiro. Esse tema é um dos que compõem a programação do 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio.
O setor agrícola como um todo ainda tem participação minoritária das mulheres, mas esse cenário tem mudado gradativamente. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a cada 10 lideranças rurais, duas são mulheres. "Essa proporção evidencia que há um longo caminho pela frente para se alcançar maior equidade de gênero e é por isso que precisamos de ações concretas", diz Raquel Tedesco, cofundadora e CFO da Sombrero, que com nove meses de atividades já se tornou a quinta maior seguradora brasileira e é uma das apoiadoras do congresso.
Diferentes estudos conduzidos no Brasil e no mundo comprovam que as empresas com maior presença de mulheres executivas têm melhor desempenho na recompensa aos investidores. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicada em 2021, por exemplo, aponta que organizações com ao menos uma mulher na alta administração têm melhores notas em índices ESG. Em outro estudo, da HSD Consultoria, os resultados mostram que mulheres têm perfis de personalidade menos propensos a desvios de caráter que poderiam levar potenciais riscos às organizações.
"Na raiz dessa constatação está o fato de que as mulheres costumam ser mais atentas e detalhistas na identificação e mitigação de riscos. Por isso, mulheres são particularmente sensíveis à utilidade do seguro para proteger a performance de longo prazo das empresas que conduzem", observa Leonardo Paixão, cofundador e CEO da Sombrero.
Além do apoio a iniciativas que coloquem o tema em evidência, como o CNMA, a organização mantém nomes experientes e de peso do mercado de seguros, incluindo lideranças femininas.enbsp; A começar pelo próprio quadro de funcionários, que conta atualmente com 50% de participação de mulheres e representadas nos mais diversos cargos dentro da companhia, como enfatiza Raquel Tedesco, cofundadora e CFO da empresa.
"Há ainda um longo caminho a ser percorrido na agenda de diversidade do Brasil, mas vejo uma mudança cultural em movimento. O tema Diversidade eamp; Inclusão vem ganhando espaço nas organizações e a participação das mulheres no mercado de trabalho tem sido ampliada ao longo dos últimos anos. As mulheres possuem uma sensibilidade nata, que traz um olhar diferente para os negócios e mais profundo para o público interno das organizações, contribuindo para o avanço de todos", reflete Raquel
O CEO da Sombrero chama a atenção para o fato de que entre as mulheres que participaram dessa pesquisa, 93% colocaram a "estabilidade financeira" no topo da lista de prioridades nos seus negócios. Além disso, 90% citaram como crucial ter "aumento da capacidade produtiva da propriedade". "Essas preocupações estão diretamente ligadas à contratação do seguro rural, que é capaz de sustentar uma curva de crescimento persistente ao longo dos anos, mesmo em um cenário de clima adverso, já que o seguro cobre eventuais prejuízos a cada safra decorrentes desse fator que o produtor não controla", analisa Paixão.
O Congresso
O CNMA acontecerá nos dias 26 e 27 de outubro, em São Paulo, com uma vasta programação voltada à participação feminina no agronegócio brasileiro. Entre os destaques das palestras estão nomes como os de Gislaine Balbinot, diretora-executiva da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Teresa Vendramini, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB); Thais Fornicola Neves, diretora de operações agroindustriais da Raízen; Maria Lucia Murinelli, diretora de Recursos Humanos da Latam; Vera Ondei, editora de Agronegócio na Forbes Brasil; e Glaucimar Peticov, Diretora-Executiva do Bradesco.
Serviço
7º Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio
26 e 27 de outubro de 2022
Transamérica Expo Center - São Paulo-SP
Mais informações: www.mulheresdoagro.com.br
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