Safra mundial de milho 2025/26 cresce, mas preços permanecem pressionados pelo consumo e oferta global
O mercado global de milho inicia o ciclo 2025/26 em um cenário de ampla oferta e preços pressionados. Segundo a Hedgepoint, a produção deve registrar forte avanço, mas o consumo crescente e as incertezas climáticas ainda exigem cautela. Assim, o mercado segue sensível a qualquer mudança no balanço de oferta e demanda.
A colheita mundial de milho deve aumentar mais de 60 milhões de toneladas, puxada principalmente pelos Estados Unidos. Entretanto, a demanda também cresce, sustentada pelo uso em rações e pela indústria de etanol. Esse quadro sinaliza abundância, mas qualquer seca na América do Sul ou maior compra da China pode alterar o cenário.
No Brasil, a Hedgepoint elevou a estimativa da safra 2024/25 para 138,2 milhões de toneladas, acima da projeção de junho e do USDA. O avanço se deve às produtividades recordes no Centro-Oeste. Os estoques finais estão estimados em 11,6 milhões de toneladas, mais folgados que no ciclo anterior.
O consumo interno aumenta, especialmente pelo etanol de milho, que deve absorver cerca de 24 milhões de toneladas em 2024/25. A expectativa é que esse volume dobre nos próximos anos com novas usinas. Já as exportações foram projetadas em 42 milhões de toneladas, mas podem cair diante da forte concorrência do milho americano e da Argentina.
A venda da segunda safra avança lentamente, com apenas 43% comercializados até agosto, contra média histórica de 50%. Muitos produtores preferem segurar os estoques à espera de preços melhores. Contudo, os valores domésticos seguem pressionados. Em Campinas, a saca de 60 kg foi negociada a R$ 64–65 no fim de agosto.