Exportação de milho brasileiro perde espaço com preços altos no mercado interno e ritmo lento nos embarques
A exportação de milho brasileiro continua perdendo competitividade. Embora a colheita da safrinha esteja em pleno andamento, os preços internos seguem elevados, principalmente devido à intensa disputa entre indústrias de carnes, usinas de etanol e exportadores, aponta a TF Agroeconômica.
Além disso, o volume da colheita, que poderia pressionar os preços para baixo, não tem sido suficiente para equilibrar o mercado. Isso ocorre porque muitos produtores ainda estão segurando o produto à espera de melhor remuneração, enquanto as indústrias mantêm forte demanda para garantir seus estoques.
Com isso, o Brasil ficou de fora de importantes licitações internacionais. A Coreia do Sul, por exemplo, comprou sete navios nesta semana, mas nenhum deles com milho brasileiro. O preço interno, mais alto que o internacional, inviabiliza essas vendas.
Enquanto isso, no mercado externo, os preços também estão sob pressão. A frustração com acordos comerciais com Japão e Canadá contribuiu para a queda nas cotações da Bolsa de Chicago, que acumulou baixa de 2,2% na semana.
No mercado brasileiro, os embarques seguem em ritmo moderado. A ANEC estima que o país exportará 4,14 milhões de toneladas em julho, levemente abaixo das 4,71 milhões registradas no mesmo mês do ano passado. Esse recuo reflete diretamente o alto custo do milho brasileiro, o que reduz a atratividade da exportação de milho brasileiro frente a concorrentes internacionais.
Nos principais estados produtores, os preços pagos aos agricultores caíram significativamente. Em Ponta Grossa (PR), a queda semanal foi de mais de 16%. Já em Dourados (MS), o recuo foi próximo de 13%. Ainda assim, os valores continuam acima da paridade internacional.
Por fim, mesmo com leve queda no dólar e nas cotações em Chicago, os contratos futuros do milho na B3 encerraram a semana com pouca oscilação. O atraso na colheita e a demanda interna seguem oferecendo suporte aos preços.