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Cientistas criam bioinseticida para combater praga do milho causadora de prejuízos anuais de R$ 10 bi

Combinando nanotecnologia à utilização de bactérias, o método criado pelos pesquisadores do INCT permite o ataque à lagarta-do-cartucho-do-milho em sua fase embrionária, antes que cause danos às plantações, ao contrário dos métodos existentes que atuam apenas na fase larval

Cientistas criam bioinseticida para combater praga do milho causadora de prejuízos anuais de R$ 10 bi

Métodos existentes na atualidade atuam apenas na fase larval da lagarta e não impedem que haja danos iniciais

Foto do autor Redação RuralNews
10/01/2025 |

Em 2024, o Brasil se tornou o maior exportador de milho no panorama mundial, com mais de 56 milhões de toneladas do grão — pertencentes à safra 2022/2023 — deixando os portos brasileiros em direção aos Estados Unidos, à China e à União Europeia, majoritariamente. Os mais de US$ 13,65 bilhões de dólares gerados ao país por essas transações, no entanto, são ameaçados por um grave fator de predação de colheitas, que possui apenas 4 cm de comprimento: a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda).

Principal praga de milharais em solo brasileiro, a lagarta causa perdas anuais na ordem de R$10 bilhões aos produtores, podendo impactar de 30% a 50% das lavouras ameaçadas pela infestação. Nesse cenário, cientistas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP) e da Universidade Estadual de Maringá (UEM), membros do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT Nano Agro), desenvolveram e patentearam um bioinseticida capaz de deter a ação da praga por meio da utilização da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt).

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A tecnologia criada pelos pesquisadores permite que o bioinseticida ataque a praga em sua fase embrionária, antes que cause danos às plantações, ao contrário dos demais métodos existentes na atualidade, que atuam apenas na fase larval da lagarta e não impedem que haja danos iniciais. Segundo o Prof. Ricardo Polanckzyk, da Unesp de Jaboticabal, o desenvolvimento do bioinseticida foi possível graças a um estudo minucioso das estruturas do ovo da lagarta, que permitiu aos pesquisadores identificar uma forma de introduzir a Bt e eliminar o embrião em desenvolvimento.

“O uso de bioinseticidas como o Bt apresenta vantagens significativas em relação aos inseticidas convencionais, pois preserva os serviços ecossistêmicos, como polinizadores e inimigos naturais da praga. Além disso, o Bt apresenta uma solução inédita e é compatível com a agricultura orgânica, permitindo aos agricultores obterem um maior valor agregado por seus produtos”, afirma o pesquisador.

Assim, busca aumentar a produtividade agrícola sem desconsiderar a segurança ambiental e da saúde humana, criando um protagonismo do país no cenário mundial.A solução está disponível para contratação por parte de empresas interessadas em combater a lagarta-do-cartucho-do-milho de modo ambientalmente sustentável.

Criado com o objetivo de qualificar e congregar recursos humanos de alto nível de diferentes áreas para promover avanços na fronteira do conhecimento em nanotecnologia para Agricultura Sustentável, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT NanoAgro) faz uso de componentes da biodiversidade brasileira e de suas interações ecológicas para desenvolver sistemas integrados para o controle de pragas e doenças, nutrição e estímulo de crescimento vegetal.

TAGS: #Pragas do milho # lagarta do cartucho
# UEM # UNESP # IAC # pesquisa pragas
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Editor RuralNews
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