Programa Caminho Verde Brasil pretende recuperar até 3 milhões de hectares e apoiar a agricultura sustentável no país
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou nesta segunda-feira (8), durante reunião do Conselho Superior do Agronegócio (COSAG), na sede da Fiesp em São Paulo, os resultados do 2º leilão do Eco Invest Brasil. A iniciativa direcionou R$ 30,2 bilhões para o Programa Caminho Verde Brasil, que pretende restaurar de 1,4 a 3 milhões de hectares de terras degradadas.
Segundo o assessor especial do ministro Carlos Fávaro, Carlos Augustin, os recursos garantem a primeira fase do programa. Além disso, o governo já busca novas parcerias. Entre as negociações em andamento está a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), que poderá investir mais US$ 1 bilhão na iniciativa. Em dez anos, o Caminho Verde Brasil quer recuperar 40 milhões de hectares em todo o país para uso em sistemas produtivos sustentáveis.
O programa vai beneficiar diferentes regiões brasileiras. O Cerrado receberá R$ 17,2 bilhões e a Mata Atlântica terá R$ 4 bilhões. Já a Amazônia contará com R$ 3,5 bilhões e a Caatinga com R$ 3 bilhões. Enquanto isso, o Pampa vai dispor de R$ 1,2 bilhão e o Pantanal de R$ 1,1 bilhão.
As propostas homologadas mostraram maior interesse em culturas perenes, como fruticultura e cana-de-açúcar (33%). Logo depois aparecem os sistemas integrados, como a integração lavoura-pecuária-floresta (29%). Também se destacaram lavouras anuais e pecuária (27%), além de projetos de restauração e florestas (11%).
Durante a reunião, o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, destacou os avanços do Mapa na abertura de mercados. Desde o início da gestão de Carlos Fávaro, o governo abriu mais de 430 mercados e ampliou outros 200. Portanto, a média atual é de praticamente um novo mercado por dia, ampliando as oportunidades para produtores e exportadores brasileiros.
O presidente do COSAG, Jacyr Costa, reforçou que o Caminho Verde Brasil fortalece a agricultura sustentável. Ele destacou que transformar terras de baixo valor em áreas produtivas gera benefícios diretos ao produtor, ao país e à segurança alimentar global. “É o agro do futuro, que cuida do meio ambiente e garante alimentos para a população”, afirmou.
Os produtores interessados em participar do programa terão acesso a crédito com juros abaixo do mercado em bancos como Banco do Brasil, BNDES, Caixa, BTG, Itaú, Bradesco, Santander, Votorantim, Rabobank e Safra. No entanto, para obter o financiamento, será necessário cumprir exigências como não realizar desmatamento durante o contrato e apresentar balanço anual de carbono.
Desse modo, o Caminho Verde Brasil reafirma o compromisso do país com a produção de alimentos e biocombustíveis sem desmatamento, apoiando a transição energética e consolidando a posição estratégica do Brasil na agenda global de desenvolvimento sustentável.