E será para o bem da humanidade! A Cop28 realizada no final de 2023 em Dubai, clamou, mais uma vez, por ações concretas dos quase 200 países participantes da Cúpula Global do Clima. As evidências científicas mostram que estamos cada vez mais distantes das metas estipuladas no Acordo de Paris (2015), e enquanto líderes de nações ricas (as mais poluidoras) seguem relutantes à urgência alertada por toda a comunidade científica, o planeta ‘ferve’, tendo sido 2023 o ano mais quente da história.
Biotechs como Deep Branch, LanzaTech, Neoplants, Origen Air e U-Earth desenvolveram soluções inovadoras que envolvem a reciclagem de carbono utilizando micróbios, convertendo o CO2 das emissões industriais em produtos de alto valor. As tecnologias usam bactérias para converter poluição em combustíveis e produtos químicos. Algumas delas aplicam plantas domésticas geneticamente modificadas para limpar o ar que respiramos dentro de casa, metabolizando toxinas transportadas pelo ar.
Quando olhamos para a área da saúde, são incontáveis os resultados que alavancarão a união entre Inteligência Artificial e Biotecnologia. De acordo com um relatório divulgado pela Nasdaq, semanas atrás, Cerevel Therapeutics, Revolution Medicines e Vericel são três biotechs com imenso potencial de crescerem, até 2025, com resultados revolucionários na busca pela cura de doenças como Parkison, Epilepsia, Esquizofrenia, Câncer de Pulmão, além de tratamentos para Queimaduras Severas e Doenças Esportivas. A dupla biotecnologia e IA entregará respostas e soluções sobre todas as partes do corpo humano.
Na indústria da alimentação, a chamada carne cultivada - que tem a biotecnologia como cérebro propulsor - é um dos exemplos do potencial de quebra de paradigmas. De acordo com um estudo da Zion Market Research o tamanho do mercado global da carne cultivada alcançou cerca de US$ 221 milhões em 2022 e deverá crescer para algo bem próximo de US$ 600 milhões até 2030, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de aproximadamente 13,11%.
Hoje, a agricultura regenerativa cresce a passos largos como uma alternativa para diminuir o uso de insumos químicos em todas as etapas do processo produtivo. Em um futuro próximo, se a humanidade assim quiser, teremos tecnologia e capacidade suficientes para cumprir com a missão de alimentar o planeta de forma sustentável. Novamente, na dobradinha com a IA, a biotecnologia romperá barreiras antes inimagináveis.
Inovações biotecnológicas estão destinadas a revolucionar diversos setores, abrangendo desde cosméticos e farmacêuticos até biocombustíveis, moda, saneamento, indústria de base e muitos outros segmentos produtivos. A chamada biorevolução não é apenas um termo que ganhou destaque no Google; ela movimenta centenas de bilhões de dólares anualmente, e essa cifra tende a crescer. O fascínio real reside na transição dos estudos visionários sobre os benefícios proporcionados por microrganismos para uma nova fase, onde essas projeções outrora consideradas fantasiosas tornam-se pura realidade.
*Giuliano Pauli é diretor de inovação da Superbac, empresa pioneira em Biotecnologia no Brasil.