Iniciativa reúne entidades do setor para construir indicadores adaptados à realidade regional da agropecuária
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou de uma reunião estratégica nesta quinta-feira (3), em Cuiabá, para discutir o Projeto Índice AGIR – Agro Gestão Integrada de Riscos. A iniciativa reúne instituições nacionais e internacionais com o objetivo de desenvolver indicadores para medir e mitigar os riscos que impactam o agronegócio brasileiro.
O encontro foi conduzido pelo diretor administrativo e financeiro da Famato, Robson Marques, na sede da entidade, e contou com representantes da CNA, Fealq, Mapa, Banco Mundial, OCB, Embrapa, Faesp, Faemg e Faeb. Para Marques, o projeto representa um avanço importante na criação de políticas públicas baseadas em dados. “Acreditamos que esse tipo de iniciativa fortalece o agro regional e nacional, oferecendo mais segurança ao produtor e promovendo desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Durante a reunião, o professor Gilson Martins, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentou detalhes do projeto. A proposta é construir uma base nacional de dados com índices que reflitam as diversas realidades regionais. Esses dados devem subsidiar políticas públicas, identificar vulnerabilidades e propor soluções adaptadas às características de cada região. A apresentação contou também com a participação de Beatriz Salandin Dal Pozzo, doutoranda da Esalq/USP.
A estrutura do Índice AGIR está dividida em duas fases. A primeira, de diagnóstico de risco, ocorre entre abril e julho de 2025. A segunda etapa, entre agosto e fevereiro de 2026, prevê a aplicação de questionários em nível nacional. Os dados coletados vão permitir a classificação de riscos em níveis que vão de muito baixo a muito alto.
Entre os resultados esperados estão o apoio à formulação de políticas públicas prioritárias, combate à desinformação e fortalecimento da tomada de decisão nas áreas de produção, mercado, clima, tributação e logística. Também foi discutida a necessidade de criação de seguros agrícolas personalizados, com base em dados mais precisos e regionais, como os do Imea, substituindo os do IBGE nas apólices.
Estiveram presentes no encontro representantes da Famato, UFPR, Esalq, Aprosoja, Acrimat, OCB/MT e Sicredi.