FPA solicita ao MAPA ajustes no Plano Clima para proteger imagem e competitividade do agro brasileiro no exterior
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pediu ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) mudanças no Plano Clima. O objetivo é evitar prejuízos à imagem e à competitividade do agro no exterior. Atualmente, a proposta exige redução de até 54% das emissões de gases de efeito estufa no setor até 2035. Em contraste, o setor de energia pode aumentar emissões em até 44%. Além disso, o plano atribui ao agro mais de 800 milhões de toneladas de CO₂ por desmatamento, incluindo áreas fora da responsabilidade do setor, sem contabilizar a captura de carbono realizada em propriedades privadas.
O vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), participou de audiência com o ministro Carlos Fávaro nesta quarta-feira (13). O encontro reuniu parlamentares, lideranças políticas e representantes do setor. Jardim destacou que o plano concentra a maior carga de obrigações justamente sobre quem já preserva e produz de forma responsável. Ele afirmou que metas desproporcionais estão sendo impostas ao setor, enquanto o que é preservado e sequestrado de carbono não é considerado.
Segundo Jardim, o governo escalou metas que não reconhecem avanços do agro. Ele citou o uso de bases não oficiais, como o MapBiomas, e de modelos não auditáveis, como o BLUES, para calcular emissões. Além disso, o plano ignora o papel dos biocombustíveis e bioinsumos, que sequestram milhões de toneladas de CO₂ por ano. Também propõe reduzir a supressão de vegetação permitida por lei sem oferecer compensações ou incentivos aos produtores.
A consulta pública sobre o Plano Clima termina em 18 de agosto. Jardim reforçou a importância da mobilização da sociedade e das entidades do setor, por meio do Instituto Pensar Agropecuária, para contestar metas e critérios do plano. Durante a reunião, o ministro Fávaro se comprometeu a analisar os pontos apresentados e fornecer retorno ainda nesta quarta-feira. Jardim destacou que o diálogo é essencial, mas outros interlocutores devem ser acionados, já que a questão impacta diretamente a COP e a imagem internacional do Brasil.