Governo Trump prepara novas medidas contra o Brasil, com foco no Banco do Brasil, importações da Rússia e manutenção da tarifa de 50%
O governo Trump prepara novas medidas contra o Brasil. Os alvos principais são o Banco do Brasil e as importações da Rússia, além da disputa sobre a tarifa de 50%.
Fontes em Washington confirmaram que a situação ainda é instável, já que Donald Trump pode alterar seus planos a qualquer momento. No entanto, a sanção mais próxima parece ser contra o Banco do Brasil.
O contexto ocorre às vésperas do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Em 30 de julho, o Tesouro americano aplicou a Lei Magnitsky, abrindo espaço para punir instituições que ofereçam serviços ao ministro Alexandre de Moraes.
Poucos dias depois, em 18 de agosto, o ministro Flavio Dino destacou que ordens de outros países não têm validade no Brasil sem homologação da Justiça nacional. Já no dia seguinte, o Banco do Brasil afirmou que atua conforme a legislação brasileira e os padrões internacionais, reforçando estar preparado para enfrentar questões globais complexas.
Apesar disso, informações do mercado indicam que, em 21 de agosto, uma instituição financeira cancelou o cartão Mastercard de Moraes. Nesse mesmo dia, o Banco do Brasil teria oferecido ao ministro um cartão Elo, justificando o interesse do Tesouro americano em punir o banco estatal.
O “tarifaço” será debatido nesta quarta (3) e quinta-feira (4) no Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR). O governo brasileiro apresentará seus argumentos contra a medida.
Enquanto isso, empresas americanas organizaram uma atuação conjunta para defender a manutenção da alíquota. Associações de setores como celulose, pecuária, soja e madeireiras alegam que a competitividade brasileira decorre de práticas ilegais, como desmatamento e trabalho forçado.
Esses grupos pediram ainda que Washington limite o mercado ao Brasil e avance em negociações com a China para ampliar as vendas de produtos americanos.
No comércio digital, as críticas recaem sobre a proposta de regulação de inteligência artificial, data centers e plataformas de streaming no Brasil. Além disso, questionam a medida provisória que impôs um tributo mínimo de 15% sobre serviços digitais.
Instituições financeiras dos Estados Unidos também acusaram o Banco Central do Brasil de atuar como regulador e competidor ao mesmo tempo, devido à criação do Pix, que rivaliza com sistemas americanos de transferência.
O governo Trump também deve aplicar medidas contra a importação de óleo diesel da Rússia pelo Brasil, repetindo ação semelhante contra a Índia. Nesse caso, a tarifa subiu de 25% para 50%.
A expectativa é que a alíquota contra o Brasil seja elevada dentro de uma semana. Em 2024, o país importou cerca de US$ 12,5 bilhões em produtos russos, principalmente diesel e fertilizantes.
A Índia comprou US$ 63 bilhões, enquanto a China importou US$ 130 bilhões. Trump negocia atualmente um acordo comercial em fase avançada com o governo chinês.