CNA reforça cooperação sustentável entre Brasil e China
Encontro em São Paulo discutiu financiamento verde, práticas sustentáveis e novas oportunidades de parceria entre os dois países
Representantes da CNA participam de painel no Diálogo Brasil-China sobre finanças verdes e agricultura sustentável. Foto: CNA / Divulgação
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (12), do “5º Diálogo Brasil-China sobre Finanças Verdes e Cooperação em Agricultura Sustentável”, realizado em São Paulo. O encontro foi promovido pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) e pelo Institute of Finance and Sustainability (IFS). O evento reuniu representantes de governos, entidades e empresas dos dois países e promoveu debates sobre financiamento, sustentabilidade e novas oportunidades de parceria.
O assessor de Relações Internacionais da CNA, Pedro Rodrigues, integrou o painel “Construindo cadeias de valor orientadas pela restauração, conectando projetos brasileiros a compradores e investidores chineses”. Durante sua exposição, ele apresentou a experiência brasileira com práticas produtivas sustentáveis. Além disso, ressaltou a importância de apoiar pequenos e médios produtores, que ainda enfrentam dificuldades para melhorar suas condições econômicas e sociais.
Pedro também destacou iniciativas que avançam no país, como o Programa ABC Cerrado, a recuperação de pastagens degradadas e a implementação do Código Florestal. Segundo ele, o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Por isso, quando o produtor investe em práticas sustentáveis, ele tende a alcançar maior produtividade.
Oportunidades de cooperação com a China
Em relação à parceria bilateral, Pedro afirmou que existem novas oportunidades em diversas áreas. Ele citou, por exemplo, o desenvolvimento de maquinário de pequena escala, a criação de cultivares adaptadas ao clima tropical e o avanço da produção de bioinsumos. Além disso, reforçou a necessidade de indicadores que representem adequadamente a agricultura tropical, já que muitos padrões internacionais não refletem a realidade brasileira.
O assessor lembrou que o Brasil pode produzir até três safras por ano. No entanto, essa característica não aparece nos dados internacionais, já que grande parte das métricas usadas no exterior se baseia em sistemas de clima temperado.
Por fim, Pedro comentou sobre os desafios da conectividade no campo. Ele observou que a China está na vanguarda em soluções digitais, enquanto o Brasil ainda trabalha para levar essas tecnologias até o produtor rural. Segundo ele, o avanço da conectividade é essencial para ampliar a competitividade e acelerar a adoção de sistemas sustentáveis.
