Impulsionado por demanda elevada e oferta restrita, IPCF de julho sobe 4,6% frente a junho
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) fechou julho em 1,32, registrando alta de 4,6% em comparação com junho. O dado é divulgado mensalmente pela Mosaic e compara os preços dos fertilizantes com os das principais commodities agrícolas do país — soja, milho, açúcar, etanol e algodão — com base no ano de 2017. Quanto menor o valor do índice, melhor a relação de troca para o produtor rural.
A alta em julho decorreu principalmente do desequilíbrio entre uma demanda internacional robusta e uma oferta global limitada. Mesmo com a queda média de 2% nas commodities agrícolas, os custos dos insumos pesaram mais no cálculo do índice, fazendo o IPCF subir.
Entre as commodities analisadas, milho, algodão e cana registraram quedas de 5%, 3% e 3%, respectivamente. A soja, por outro lado, teve uma leve valorização de 0,5%. Essas variações refletem o bom desempenho das safras nos Estados Unidos, a intensificação da colheita da segunda safra no Brasil e, ainda, o impacto das tarifas comerciais aplicadas pelo governo norte-americano ao Brasil, que geraram incertezas no mercado.
Enquanto as commodities recuaram, os fertilizantes apresentaram alta média de 2,6%. A ureia liderou o movimento, com aumento de 8%, seguida pelo MAP (fosfato monoamônico), que subiu 3%. Esse comportamento foi impulsionado pela proximidade da janela de plantio da soja, pelo aquecimento do mercado internacional e pela limitação na oferta global desses produtos.
No caso da ureia, o conflito entre Irã e Israel contribuiu diretamente para o aumento dos preços. Isso ocorre porque o Irã tem papel relevante na produção mundial e o risco de interrupção no fornecimento de gás natural, devido à tensão geopolítica, elevou os custos de produção.
O dólar caiu 0,3% em julho. No entanto, esse recuo teve influência limitada sobre o IPCF. O mercado segue atento às negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, além do encerramento da compra de fertilizantes para a próxima safra de verão. Cerca de 20% do volume de insumos ainda não foi negociado, o que mantém o setor em alerta.
Além disso, quem já garantiu a compra agora foca na retirada dos produtos. A recomendação é evitar atrasos e gargalos logísticos durante o período de entrega, que tende a se intensificar nas próximas semanas.