China reduz embarques de MAP e DAP e mercado global reage
Queda de 23% nos embarques de MAP e DAP altera fluxos globais e aumenta a competição por cargas
China reduz embarques de MAP e DAP em 23%. Foto: Divulgação
As exportações chinesas de fertilizantes fosfatados MAP (fosfato monoamônico) e DAP (fosfato diamônico) atingiram os níveis mais baixos dos últimos anos, aponta a StoneX. Entre janeiro e setembro de 2025, a China embarcou 3,7 milhões de toneladas, volume 23% inferior ao mesmo período de 2024. A redução ocorre em meio a um controle mais rigoroso das vendas externas pelo governo chinês, prática tradicional antes da alta temporada doméstica, mas agora mais intensa.
O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Tomás Pernías, explica que a China tem limitado suas exportações com maior intensidade em 2025. “O país já restringia embarques para proteger o mercado interno, mas neste ciclo a contenção é mais severa, gerando preocupação entre compradores internacionais”, afirma.
A China é um fornecedor global relevante: em 2024, cerca de 16% das exportações mundiais de MAP vieram do país. Junto a Marrocos, Rússia e Arábia Saudita, a nação asiática figura entre os principais fornecedores. A retração chinesa aumenta a competição por cargas, afetando mercados dependentes desses fluxos.
No caso do Brasil, o impacto direto é limitado, já que apenas 4% do MAP importado em 2024 veio da China. A maior parte do fertilizante é proveniente da Rússia, Marrocos e Arábia Saudita. Entretanto, a redução chinesa direciona a demanda global para outros fornecedores, pressionando preços e aumentando a disputa entre compradores.
Além disso, o Brasil enfrenta um cenário de menor importação de MAP em 2025, devido aos preços elevados e à relação de troca desfavorável. Em resposta, produtores aumentaram a utilização de SSP (superfosfato simples), fertilizante menos concentrado que, em alguns momentos, apresentou melhor custo-benefício.
