Cana Summit 2025 debate tarifas dos EUA, reciprocidade e segurança no campo no primeiro dia
Evento promovido pela ORPLANA reúne produtores, lideranças e autoridades para discutir desafios e oportunidades do setor sucroenergético
Cana Summit está acontecendo em Brasília/DF com a presença de autoridades políticas, lideranças do setor e mais de 600 canavicultores. Foto: Hernani Filmes
Temas essenciais para o agronegócio e que afetam diretamente os produtores de cana-de-açúcar dominaram as discussões nesta quarta-feira (2), no primeiro dia do Cana Summit 2025, evento organizado pela ORPLANA – Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil. O encontro, que segue até quinta-feira (3) em Brasília/DF, reúne mais de 600 canavicultores de diversas regiões do país.
Realizado no CICB (Centro Internacional de Convenções do Brasil), o evento contou com a presença de representantes do setor, como José Mário Schreiner, vice-presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), e Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), além de políticos como o deputado federal Pedro Lupion, presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, também participou da cerimônia de abertura.
“Ter os produtores junto com os políticos é fundamental. Eles sentem, medem a temperatura e entendem a importância dessa proximidade para fortalecer nossa representatividade”, afirmou o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira.
Entre os principais debates, destacaram-se o tarifaço dos Estados Unidos – com a recente taxação mínima de 10% sobre produtos importados do Brasil anunciada pelo presidente Donald Trump – e o Projeto de Lei (PL) da Reciprocidade, que já foi aprovado pelo Senado e agora tramita na Câmara dos Deputados. A proposta prevê medidas para responder a políticas unilaterais adotadas por outros países, o que tem gerado preocupação entre produtores e lideranças do setor.
Outro tema relevante abordado no evento foi a segurança jurídica no campo. Parlamentares e o governador mineiro ressaltaram a importância da proteção das propriedades privadas e mencionaram um decreto recente que destinou recursos para áreas vulneráveis a invasões. Segundo Nogueira, a Frente Parlamentar da Agropecuária segue acompanhando essas questões para garantir um ambiente seguro e estável para os produtores rurais.
Os desafios e oportunidades do setor sucroenergético também foram tema de discussão, com destaque para a importância da reciprocidade comercial e o impacto das normas da ISO (Organização Internacional do Açúcar) sobre o mercado. Nogueira ressaltou ainda a competitividade do etanol brasileiro, especialmente no contexto da descarbonização.
“A competitividade do etanol brasileiro é muito pujante. O norte-americano compra o etanol brasileiro principalmente pela intensidade de carbono. Produzir aqui no Brasil, através da cana, tem um poder de descarbonização maior do que o próprio etanol de milho dos Estados Unidos”, explicou o CEO da ORPLANA.
O Cana Summit 2025 segue nesta quinta-feira, trazendo painéis técnicos e debates sobre temas estratégicos para o setor. Além disso, será atualizada a Carta de Brasília, documento que reúne reivindicações do setor para os poderes Legislativo e Executivo, com foco na sustentabilidade e no desenvolvimento da produção canavieira no Brasil.
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