Feijão carioca se valoriza com oferta limitada e preto segue pressionado, enquanto exportações registram volumes recordes
Entre 29 de agosto e 5 de setembro, o mercado de feijão apresentou comportamentos distintos para os tipos carioca e preto, segundo o Indicador Cepea/CNA. A valorização do feijão carioca se deve à menor oferta de lotes de melhor padrão, enquanto o feijão preto segue pressionado para baixo diante da ampla disponibilidade, mesmo em entressafra.
No caso do feijão carioca (Notas 9 ou superior), a oferta limitada sustentou os preços de lotes de coloração clara, granulação acima de 90% na peneira 12 e umidade adequada. Além disso, a umidade tem sido critério decisivo, pois grãos abaixo do exigido pela indústria geram prejuízos no beneficiamento.
Em Itapeva (SP), a saca de 60 kg subiu 2,18%, fechando em R$ 248,53, enquanto em Sorriso (MT) houve avanço de 2,12% (R$ 200,01/sc). Já no Noroeste de Minas, a saca registrou alta de 1,32%, chegando a R$ 222,69/sc. Por outro lado, Barreiras (BA) apresentou recuo de 2,62%, para R$ 216,67/sc. Desde setembro de 2024, os preços em praças como Itapeva e Sorriso já se aproximam de patamares históricos, indicando firmeza no mercado.
Para os lotes de nota 8 e 8,5, os preços também subiram, acompanhando a adequação da demanda às características dos grãos. Lotes de nota 8,5 atendem mercados mais exigentes, enquanto os de coloração inferior abastecem pacotes comerciais. No Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG), a valorização foi de 5,88% (R$ 210,00/sc), em Sorriso (MT) subiu 5,68% (R$ 182,14/sc) e em Itapeva (SP) 2,27% (R$ 215,86/sc). Em Barreiras (BA), houve leve recuo de 0,82%.
Apesar da entressafra, o feijão preto Tipo 1 segue com oferta superior à demanda, mantendo os preços abaixo das médias regionais desde setembro de 2024. Em Curitiba (PR), a saca caiu 4,05%, para R$ 127,21, frente à média histórica de R$ 192,87. Já na Metade Sul do Paraná, houve recuperação de 3,14% (R$ 121,65/sc), e no Nordeste Rio-grandense (RS), aumento de 2,53% (R$ 117,91/sc).
Mesmo com essas altas pontuais, os preços permanecem distantes tanto da média acumulada quanto do preço mínimo de referência da Conab. Para o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, a realização de leilões de Pepro e PEP pela Conab visa equalizar os preços do feijão carioca e preto diante do cenário de cotações abaixo do mínimo de referência.
Ao mesmo tempo, os preços pouco remuneradores no mercado interno têm direcionado maior volume para a exportação, que segue em patamares recordes. Entre setembro de 2024 e agosto de 2025, foram embarcadas 459,9 mil toneladas, sendo 58,4 mil apenas em agosto, demonstrando a importância das exportações para equilibrar o mercado nacional.