IPP de julho registra sexto resultado negativo consecutivo com destaque para alimentos, metalurgia e indústrias extrativas
Em julho de 2025, os preços da indústria caíram -0,30% em relação a junho, marcando o sexto resultado negativo consecutivo. Das 24 atividades industriais pesquisadas, 12 registraram redução de preços. No acumulado do ano, o índice apresenta queda de -3,42%, enquanto em 12 meses, a variação foi de 1,36%. Para comparação, em julho de 2024, o IPP havia registrado 1,53%.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços “na porta de fábrica”, sem incluir impostos ou fretes, abrangendo todas as grandes categorias econômicas.
Entre as atividades que mais impactaram o resultado de julho, destacam-se as indústrias extrativas, que apresentaram alta de 2,42%, enquanto a metalurgia caiu -1,65%, produtos de metal -1,54% e perfumaria, sabões e produtos de limpeza avançaram 1,41%.
O setor de alimentos registrou queda de -1,33% na passagem de junho para julho, contribuindo com -0,33 ponto percentual para o resultado agregado da indústria (-0,30%). Outros setores que influenciaram o índice foram metalurgia (-0,11 p.p.), indústrias extrativas (0,10 p.p.) e fabricação de máquinas e equipamentos (0,06 p.p.).
O refino de petróleo e biocombustíveis apresentou ligeira alta de 0,17%, encerrando quatro meses consecutivos de queda, embora o acumulado no ano e em 12 meses permaneçam negativos (-5,22% e -4,28%, respectivamente).
Os preços da indústria química permaneceram estáveis em julho (+0,02%), com destaque positivo para os fertilizantes, que compensaram quedas na cadeia derivada do petróleo.
Já a metalurgia acumulou retração de -11,01% nos sete primeiros meses de 2025, com queda acentuada na siderurgia (-2,69%) e impactos ligados à variação dos preços de minérios de ferro e alumínio, além da depreciação do dólar frente ao real.
A fabricação de máquinas e equipamentos voltou a subir 1,40% em julho, após recuar -1,46% em junho. O grupo “motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão” apresentou alta de 4,20% no acumulado do ano, enquanto “tratores e máquinas para agricultura e pecuária” variou 1,14%.
No setor de alimentos, produtos como açúcar VHP, café torrado e moído, sucos concentrados de laranja e resíduos de soja explicaram a queda observada em julho. O açúcar VHP seguiu a tendência de queda internacional, influenciado pelo aumento da oferta em países produtores e menor demanda interna.
O café torrado e moído registrou redução devido aos menores custos de produção, em parte pelo início da colheita de novas safras no Brasil. Já os sucos concentrados de laranja enfrentaram demanda externa desaquecida, enquanto os resíduos da extração de soja tiveram excesso de oferta e baixa cotação internacional.
No refino de petróleo e biocombustíveis, óleo diesel e gasolina impactaram negativamente, enquanto o álcool etílico exerceu efeito positivo no resultado mensal.
No setor químico, a fabricação de produtos químicos inorgânicos elevou os preços em 0,97%, compensando quedas do propeno na cadeia do petróleo.
Na metalurgia, o minério de ferro impulsionou a alta, enquanto o cobre apresentou tendência negativa, alinhada ao mercado internacional.
O acumulado do ano até julho de 2025 mostra queda de -3,42% para a indústria geral, com destaque negativo para indústrias extrativas (-12,82%) e metalurgia (-11,01%). O setor de alimentos caiu -7,17%, enquanto refino de petróleo e biocombustíveis registrou -5,22%.
Em 12 meses, os preços da indústria variaram 1,36%, impulsionados principalmente por bens de consumo, que registraram 1,89 p.p. de influência no índice geral. Bens de capital contribuíram com 0,27 p.p., e bens intermediários impactaram negativamente (-0,80 p.p.).