INÍCIO AGRICULTURA Economia

20 compradores internacionais movimentam R$ 50 mi em rodadas de negócios no Acre

A edição do Programa Exporta Mais Amazônia aconteceu em Rio Branco e contou com a participação de compradores internacionais que geraram volume de negócios para os próximos 12 meses

Com o objetivo de impulsionar as exportações de produtos e serviços do Brasil no mercado internacional, além de atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia nacional, a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), realizou entre os dias 25 e 29 de novembro, rodadas de negócios com 20 importadores de 15 países diferentes no Acre. Participaram 35 empresas brasileiras do Norte que mostraram a produção de produtos compatíveis com a floresta. A ação faz parte do Programa Exporta Mais Amazônia, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Ao longo de mais de 260 reuniões e uma intensa agenda de visitas técnicas, os 20 compradores internacionais tiveram a oportunidade de conhecer empresários da região que trabalham com produtos compatíveis com a floresta e alguns centros de produção. O foco das rodadas foram os setores de açaí, cacau chocolate, castanha do Brasil, peixes amazônicos, carnes bovina, suína e de frango. A expectativa de vendas resultantes da ação é de pelo menos R$ 50 milhões em até um ano.

As empresas brasileiras puderam mostrar produtos exclusivos da região amazônica
As empresas brasileiras puderam mostrar produtos exclusivos da região amazônica

Para alcançar esses propósitos, a ApexBrasil executa diversas iniciativas de promoção comercial como essa, além da participação em eventos centrais, missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à presença de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais e visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião. Participaram da ação compradores de Singapura, China, Países Baixos, Espanha, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Catar, Egito, Peru, Argentina, Colômbia, Índia e Equador.

Esse Programa busca aproximar o empresariado amazônico dos mercados internacionais, organizando o setor produtivo e trazendo os compradores do mundo todo para conhecer o potencial desses produtos
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil

A representante do Canadá foi Fernanda Favaro, proprietária sócia e COO da Elements Brazil, empresa sediada em Vancouver. A empresária trabalha há sete anos com a importação de produtos brasileiros, com foco na conhecida “cesta da saudade”, que são aquelas mercadorias que as comunidades de expatriados fora do Brasil costumam sentir falta, como o açaí.


Com uma gama de mais de 400 produtos comercializados em grandes redes de supermercado no Canadá, a empresa está interessada não apenas em adicionar novos artigos à sua cesta para brasileiros, mas também em apresentar aos consumidores canadenses as iguarias da floresta amazônica.


Segundo Fernanda, o mercado canadense está em forte expansão para produtos considerados exóticos. “O canadense é muito aberto para produtos de outros lugares. Ele tem essa curiosidade, essa mente aberta para provar outras coisas. Isso é o primeiro passo. Ao trazer esse lado da Amazônia, a gente ainda pode contar a história do produto dentro do mercado canadense, então a gente vê muitas possibilidades de negócios”, explica.


Para ela, a experiência de estar frente a frente com os produtores foi enriquecedora. “Normalmente nessas rodadas de negócios a gente acaba falando com representantes de empresas, mas [dessa vez] foram realmente as pessoas que produzem. E a gente vê como esse povo se agarra em manter a Amazônia. Às vezes as pessoas têm poucos poderes, mas tanta força de luta para manter a floresta em pé, é impressionante”, relembrou.


Como resultado das rodadas, a empresa canadense deve fechar negócio com pelo menos quatro novos produtos da Amazônia para a sua cesta: castanhas do Brasil, cacau em barra, óleos essenciais amazônicos e sorvetes de frutas tropicais, como cupuaçu e buriti.


A Petruz Fruity, empresa brasileira de açaí que está presente em 44 países, não perdeu a oportunidade de estar em contato direto, a uma só vez, com tantos clientes. Há 17 anos no mercado de exportação de açaí, a companhia mantém relações com importadores no mundo todo, mas raramente consegue encontrá-los em uma mesma ocasião, muito menos no Norte do Brasil.


Rafael Ferreira, diretor comercial da empresa, elogiou a iniciativa. “O fato de ter sido em um estado da Amazônia foi muito interessante, porque sai dos eixos tradicionais”. Com sede em Belém, a Petruz trabalha com frutas tropicais e possui cinco fábricas na região, distribuídas nos estados do Pará, Amazonas e Amapá.


Ao longo das rodadas, Rafael aproveitou tanto para se reconectar com importadores com quem já havia realizado negócios no passado, como os de Singapura, Dubai e Espanha, mas também para conquistar novos potenciais compradores, como o do Egito, com quem manteve uma agenda paralela. O plano, agora, é ir até o país africano para consolidar a parceria.


A empresa planeja alcançar novos mercados com uma estratégia cada vez mais atrelada à ideia de “brasilidade”. Segundo Rafael, o plano de comunicação de 2024 da Petruz reforça justamente o posicionamento da marca como brasileira e atrela as frutas tropicais diretamente à defesa da floresta. “A gente mudou toda a da nossa comunicação pensando nisso. As embalagens terão animais da Amazônia, que são os defensores da floresta”, explicou.


De acordo com Rafael, a aposta na sustentabilidade não é apenas uma questão de marketing, mas de essência da empresa. “Nós temos certificações para sustentar isso: orgânica, fair trade e várias outras. Estamos aqui no meio da Amazônia trabalhando com um produto que mantém a floresta de pé”, adicionou.

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“Realmente, o Brasil é um país muito rico em produtos naturais...” - Autor: Carlos Azevedo

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