Complexo da soja encerra dia em queda e devolve ganhos de ontem
Sem uma alta mais pujante do petróleo, o setor de óleos vegetais volta a pesar e foi o grande responsável pelas perdas do dia da oleaginosa
Os futuros da soja encerraram em queda nesta terça-feira (19/11) na Bolsa de Chicago (CBOT) e devolvem boa parte dos ganhos obtidos ontem, sem uma alta mais pujante do petróleo o setor de óleos vegetais volta a pesar.
Para a soja, temos algumas alterações nos fundamentos que ajudam a pressionar os preços e os prêmios. No Brasil, após o susto com o atraso do plantio, boas chuvas vêm ocorrendo nas principais regiões trazendo alívio para as plantações e perspectivas de uma excelente safra.
E por falar nisso, nossos hermanos argentinos também devem produzir uma grande safra de soja e por lá, O processamento vem crescendo e aumentando os estoques de farelo, o que é negativo para o preço num momento em que a China já está bem coberta para a janela fevereiro-junho.
Acompanhe as cotações de fechamento do complexo da soja na CBOT:
O óleo de soja novamente foi o vilão do dia em Chicago
SOJA JANEIRO: U$9,98/bs | variação -1,11%
ÓLEO DE SOJA DEZEMBRO: ¢ 44,84/lb | variação: -1,49%
FARELO DE SOJA DEZEMBRO: U$ 290,4/st | variação: -0,58%
Trigo
Ao contrário das demais commodities, os futuros de trigo seguem em alta, repercutindo o aumento das tensões no conflito envolvendo a Rússia e Ucrânia.
Após a autorização do presidente americano Joe Biden, a Ucrânia lançou misseis de longo alcance contra a Rússia, ao total foram lançados seis mísseis. Segundo o Ministério de Defesa russo, cinco misseis foram interceptados e apenas um ficou parcialmente destruído e seus destroços caíram perto de uma região militar, causando apenas incêndios no local, sem causar danos estruturais ou vítimas.
Após ao ataque, Vladmir Putin considerou o uso desses mísseis uma ingerência dos EUA e prometeu retaliações, além de sugerir uma flexibilização para a utilização de armas nucleares. Este feito intensificou consideravelmente os temores globais quanto a este conflito.
Países que compram trigo dessas duas origens podem redirecionar suas compras para os EUA, essa expectativa faz o preço do cereal subir na CBOT.
Acompanhe as cotações de fechamento para milho e trigo na CBOT:
MILHO DEZEMBRO: U$4,27/bu | variação: -0,47%
TRIGO MARÇO: U$5,67/bu | variação: +0,35%
Milho
No Brasil os futuros de milho registram novas quedas na B3, hoje o contrato janeiro encerrou pelo quinto pregão consecutivo em queda. O Brasil segue com preços menos competitivos na exportação e perde espaço para origens como os EUA e a Argentina.
Além disso, o Brasil pode colher bons volumes de milho na safra verão, o que adiciona pressão aos preços nos contratos mais curtos. Pela análise técnica após uma queda de R$5/sc nessa última semana, o contrato sugere algum descanso e podemos ver os preços se acomodarem entre a região que vai dos R$71,80 a R$73/sc.
Acompanhe as cotações de fechamento para milho na B3:
MILHO JANEIRO: R$: 72,98/sc | variação: -1,02%
Macroeconomia
O conflito na região do mar negro acaba trazendo mais preocupações para as commodities enquanto as bolsas parecem estar alheias à escalada do conflito. Apenas a Europa encerra o dia toda no negativo, mas reage principalmente a dados econômicos internos que demonstram que a economia por lá segue patinando enquanto investidores aguaram por mais cortes nas taxas de juros na zona do Euro.
Bolsas globais, principais variações:
ÁSIA/PACÍFICO:CHINA: +0,69% /AUSTRÁLIA: +0,89%
EUROPA:EURO STOXX 50: -0,83% /ITALIA: -1,28%
EUA:SP500: +0,34% /NASDAQ: +0,96%
BRASIL: +0,34%
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