Nível do Rio Guaíba começa a baixar novamente em Porto Alegre

Mas o vento Sul represou as águas do lago e o Mercado Público, situado no Centro Histórico, voltou a ficar alagado

Depois de ultrapassar a marca dos 4,30 metros na noite de sexta-feira, o nível das águas do Rio Guaíba voltou a cair ao longo da madrugada deste sábado. A régua da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá, no Centro de Porto Alegre, marcava 4,15 metros às 7h.


O nível do Guaíba subiu rapidamente por conta do vento Sul forte a intenso
O nível do Guaíba subiu rapidamente por conta do vento Sul forte a intenso



O nível do Guaíba subiu rapidamente na sexta-feira, por conta do vento Sul forte a intenso que soprava sobre o Norte da Lagos dos Patos, o que gerava represamento do escoamento das águas do Guaíba em direção à lagoa. O vento é consequência de um centro de baixa pressão atmosférica que atua a Leste do Rio Grande do Sul e acompanha o ingresso de uma forte massa de ar frio de origem polar no estado.





Com o nível atual muito alto, perto das cotas máximas das enchentes de novembro de 2023 (3,46 metros) e de 1873 (3,50 metros), a rápida elevação alagou outra vez pontos de Porto Alegre, especialmente aqueles desprotegidos pelo sistema de contenção de cheias, como bairros da zona Sul, de Ipanema ao Lami. Mas as águas também avançaram no Centro Histórico. O Mercado Público, que estava passando por uma limpeza, voltou a ficar alagado.



Com a previsão de nova elevação do Guaíba, a prefeitura colocou cerca de 50 a 80 sacos com cimento e areia para fechar a comporta 3 do Cais Mauá, localizada na que fica na Avenida Mauá com a Rua Padre Tomé. A estrutura voltou a ser vedada após uma semana para evitar que a subida do Guaíba levasse água de volta ao Centro Histórico.



O vento forte ainda gera ondas grandes no Guaíba, de forma que as ondas trarão ainda inundações costeiras pelo alto nível. A navegação no Guaíba deve ser evitada pelo risco crítico de naufrágio de pequenas embarcações, segundo a Defesa Civil.



Além do vento, há o fato vazão que manterá o Guaíba muito alto nos próximos dias, conforme a MetSul Meteorologia. Choveu muito na bacia do Rio Jacuí, que é o principal rio contribuinte, com 176 mm em Rio Pardo (meio da bacia) e entre 80 mm e 130 mm nas nascentes no Norte do Estado.



O Rio Caí, que desemboca no Guaíba, estava com mais de 10 metros e acima da cota de alerta nesta tarde em São Sebastião do Caí. O Sinos, outro rio que também acaba no Guaíba, subia rapidamente no vale e já se aproximava da cota de cheia de 7 metros em Campo Bom. Igualmente, o Gravataí subia na régua de Gravataí.



Diante deste cenário, o Guaíba não apenas vai se manter muito alto por dias, como a cheia não termina tão cedo, devendo-se prolongar pelo mês de junho com áreas ainda inundadas no próximo mês. A água permanecerá nas ilhas ainda por semanas.



Boletim da Defesa Civil - As fortes chuvas afetaram 469 dos 497 municípios do RS, atingindo 2.34 milhões de gaúchos. A catástrofe climática provocou a morte de 165 pessoas e deixou 806 feridas. São 581.638 desalojados e 55.791 pessoas em abrigo ou em casas de parentes ou amigos.


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