Cadeia produtiva do tabaco estima perdas de R$ 95 milhões

Levantamento apontou que 96% dos produtores afetados pretendem continuar a produção de tabaco

A inundação que atingiu o Rio Grande do Sul no início de maio não apenas alterou drasticamente a vida de milhares de pessoas, mas também deixou um rastro de prejuízos para quase dois mil produtores de tabaco no estado. É o que aponta um levantamento realizado pelo SindiTabaco (Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco) em parceria com empresas associadas.

Em reunião entre o presidente do SindiTabaco, representantes da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG-RS) e da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (FARSUL), foram apresentados e analisados os números referentes aos danos causados pela enchente.
Desde 1993, o Brasil se mantém como o maior exportador mundial de tabaco. Foto SindiTabaco
Desde 1993, o Brasil se mantém como o maior exportador mundial de tabaco. Foto SindiTabaco

De acordo com Iro Schünke, presidente do SindiTabaco, o levantamento reflete a situação da segunda quinzena de maio, período marcado ainda por dificuldades de acesso e comunicação em muitas regiões. "A partir dessas informações, conseguimos estimar os prejuízos de forma aproximada, visando dimensionar o montante das perdas", explicou o executivo.

Os dados revelam que um total de 1.929 propriedades rurais foram afetadas pelas cheias em 75 municípios listados no levantamento. Destacam-se municípios como Candelária, Agudo, Barros Cassal, Venâncio Aires, Arroio do Tigre, entre outros, que registraram um alto número de produtores com prejuízos.

Em termos financeiros, os dez municípios mais prejudicados foram Venâncio Aires, Candelária, Agudo, Ibarama, Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Paraíso do Sul, Sinimbu, Cruzeiro do Sul e Arroio do Tigre, com valores que somam milhões de reais em perdas.

Além disso, o levantamento apontou que 96% dos produtores afetados pretendem continuar a produção de tabaco. Schünke ressaltou a importância de proporcionar condições para que eles possam retomar o trabalho na próxima safra, destacando que as empresas associadas já forneceram os insumos necessários para refazer os canteiros de mudas perdidos, totalizando um investimento de cerca de R$ 1,6 milhão.

Principais resultados do levantamento:
  • 1.929 produtores atingidos
  • 2.070 canteiros perdidos
  • 1.428 hectares de terra agricultável perdidos
  • 285 toneladas de fertilizantes perdidos
  • 848 toneladas é a estimativa de perda de produção para a safra 2024/25


Danos nas estruturas:
  • Unidades de cura (estufas): 222 perdas parciais e 129 perdas totais
  • Galpões: 178 perdas parciais e 87 perdas totais
  • Danos nos domicílios: 140 com perdas de até 30%, 126 com perdas entre 30% e 70%, e 86 com perda total
Estes números ressaltam a significativa importância do tabaco no cenário agrícola do sul do Brasil. Desde 1993, o Brasil se mantém como o maior exportador mundial de tabaco. Em 2023, o país exportou 512 mil toneladas de tabaco, gerando divisas de US$ 2,729 bilhões, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC/ComexStat). A União Europeia lidera como o maior comprador, seguida pelo Extremo Oriente, África/Oriente Médio, América do Norte e América Latina. A participação do tabaco nas exportações foi de 0,80% no Brasil, 4,51% na Região Sul e atingiu 11,19% no Rio Grande do Sul, principal estado produto
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