Perdas levam produtores de arroz a abandonar áreas remanescentes

Retomada da colheita foi beneficiada na semana passada pelo clima com poucas chuvas nas regiões Sul, Centro e Oeste do Estado

A colheita de arroz foi retomada e se aproxima do fim, beneficiada pelo clima com poucas chuvas nas regiões Sul, Centro e Oeste do Rio Grande do Sul. A Emater/RS-Ascar estima que aproximadamente 95% das lavouras tenham sido colhidas. No entanto, as perdas provocadas pela submersão de cultivos maduros e pelo acamamento de plantas estão consolidadas, levando muitos produtores a abandonarem as áreas remanescentes devido à inviabilidade técnica e econômica para realizar a operação.





Em alguns municípios, os produtores estão concluindo a colheita e aproveitando o tempo mais seco para realizar as atividades de incorporação das restevas e adiantar o preparo dos talhões para a próxima safra. A área cultivada no Estado está estimada em 900.203 hectares, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). A produtividade inicialmente estimada em 8.325 quilos por hectare, mas deverá sofrer redução após o levantamento das perdas que está sendo realizado.





Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, segundo estimativa, menos de 5% da área ainda está por colher. Em Dom Pedrito, a colheita foi finalizada, registrando quebra na produtividade de 4,4%, influenciada pelo atraso no plantio, pela redução na disponibilidade de radiação solar e pelas fortes chuvas sobre as últimas lavouras colhidas. Em Manoel Viana, alguns produtores concluíram a colheita de áreas alagadas pela cheia do Rio Ibicuí, relatando produtividades muito baixas e grãos de péssima qualidade.





Em Quaraí, a colheita atingiu 97%, mas, em algumas áreas, só foi possível o uso de colhedoras com esteiras em função do atolamento. Em São Borja, a colheita foi realizada em partes das lavouras localizadas em áreas onde as águas baixaram. Alguns cultivos foram totalmente perdidos, sendo acionado o Proagro para cobrir os prejuízos nas áreas financiadas.Em São Gabriel, a colheita avançou satisfatoriamente após várias semanas de poucas horas de trabalho efetivo.





4Ainda restam cerca de 2,6 mil hectares para colher, representando 10% da área cultivada. As perdas em cultivos não colhidos após as chuvas atingem 30%, e há significativa deterioração na qualidade dos grãos, resultando em forte perda de valor comercial. Como aspecto positivo, os rios Uruguai e Ibicuí apresentaram redução de nível ao longo do período.





Observou-se novamente um aumento no preço do grão nos municípios da Campanha e da Fronteira Oeste, chegando a R$ 125,00 em Uruguaiana e Barra do Quaraí. Na de Pelotas, os rizicultores reiniciaram a colheita de forma intensa e prioritária, aproveitando o período de volumes acumulados baixos. Esse cenário possibilitou realizar a operação assim que as condições de umidade dos grãos e da palha do arroz atingiram níveis adequados para a trilha.





Estima-se que tenham sido colhidos 96% e que apenas alguns produtores enfrentarão prejuízos pelo alagamento e por acamamento de plantas. Restam ainda 4% por colher, nos municípios de Arroio Grande, Canguçu, Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. Na de Santa Maria, a colheita foi retomada nos locais menos afetados pelas enxurradas, alcançando 88% da área cultivada. Antes das chuvas excessivas, 80% da cultura havia sido colhida.





A expectativa inicial de produtividade era de 7,8 mil quilos por hectare. Porém, a apuração atual da produtividade indica 7.314 quilos por hectare, representando perda de aproximadamente 6% em relação à expectativa inicial. Ainda restam 12% a ser colhidos, mas destaca-se que parte dessas áreas não serão colhidas Na de Santa Rosa, a colheita foi concluída, e os rizicultores estão concentrados na comercialização.





Após intempéries das últimas semanas, observa-se uma variação positiva nas cotações do cereal na região. Os produtores relatam uma maior lucratividade nesta safra, apesar das dificuldades enfrentadas durante a colheita. Na de Soledade, deverão ser registradas as maiores perdas proporcionalmente em relação à área cultivada, uma vez que se estima que 35% das lavouras ainda não foram colhidas. Muitas delas estão inacessíveis para máquinas.





Conforme laudos municipais preliminares, as perdas nessas áreas tendem a ser quase totais, pois grande parte do arroz está acamada e a germinação dos grãos é elevada, restando poucos aproveitáveis. Em Pântano Grande e Venâncio Aires, onde mais de 85% foram colhidos, as perdas são menores. Já nos demais municípios, a área não colhida é mais significativa. Em Candelária, foram colhidos aproximadamente 60% antes das cheias, e as perdas ocorreram tanto nas lavouras quanto nos grãos armazenados nos silos, muitos dos quais sofreram inundação na parte inferior. Devido à falta de energia elétrica para acionar o sistema de ventilação dos silos após o recuo das águas, as perdas devem ser mais elevadas, mas ainda estão em avaliação.





Comercialização (saca de 50 quilos) - Conforme o levantamento semanal de preços realizados pela Emater/RS-Ascar, no Estado, a saca de arroz apresentou elevação de 3,30%, passando de R$ 107,90 para R$ 111,46.


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