A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estima que a agropecuária seja o setor econômico privado com mais perdas financeiras decorrentes da tragédia climática no Rio Grande do Sul. Conforme levantamento realizado com base em informações prestadas por 94 dos 469 municípios atingidos pelas chuvas extremas, as perdas contabilizadas desde 29 de abril somam R$ 2,94 bilhões.
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A maioria dos prejuízos reportados parcialmente está relacionado à agricultura, com R$ 2,7 bilhões. Na pecuária, as perdas acumulam R$ 245,4 milhões. A indústria relatou R$ 267 milhões em perdas, número que chegou a R$ 130,2 milhões nos comércios locais. Os demais serviços contabilizam R$ 86,8 milhões em prejuízos, de acordo com levantamento da CNM.
O rombo de R$ 2,9 bilhões no agro corresponde a quase 30% das perdas financeiras acumuladas pelo Estado desde o final do mês passado, totalizados em R$ 10,4 bilhões até sexta-feira passada – R$ 800 milhões a mais ante o reportado há uma semana. Somente no setor habitacional, os danos somam R$ 4,6 bilhões, com 108,6 mil casas danificadas ou destruídas. No segmento privado, o prejuízo chega a R$ 3,4 bilhões e, no público, a R$ 2,4 bilhões.
As perdas em obras de infraestrutura somam R$ 1,7 bilhão (pontes, estradas, drenagem urbana) e R$ 428,6 milhões em instalações públicas, como escolas, hospitais e prefeituras.
A CNM estima que 2,34 milhões de pessoas tenham sido afetadas no RS, sendo que 56 seguem desaparecidas e foram reportadas 169 mortes, de acordo com dados da Defesa Civil estadual. Este número representa quantidade maior do que o total de pessoas desalojadas e desabrigadas em 16 Estados juntos, considerando-se todos os tipos de desastres, nos últimos 11 anos.
Neste período, cerca de 745 mil pessoas precisaram sair de suas casas no Amapá, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
No que se refere ao prejuízo de R$ 10,4 bilhões registrado pelos municípios gaúchos entre abril e maio, o montante equivale à soma de todos os danos e prejuízos informados por todos os municípios do Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Rondônia, Roraima e Tocantins decorrentes de todos os tipos de desastres.
