Moagem de cana cai na segunda quinzena de novembro
A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul somou 16 mi de ton na segunda quinzena de novembro, com queda no volume e avanço do etanol no mix produtivo
Processamento no Centro-Sul soma 16 milhões de toneladas, com avanço do mix de etanol. Foto: Canva
Na segunda quinzena de novembro, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 15,99 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O volume ficou abaixo das 20,27 milhões de toneladas registradas no mesmo período da safra 2024/2025.
No acumulado da safra 2025/2026, desde o início até 1º de dezembro, a moagem somou 592,27 milhões de toneladas. No ciclo anterior, o total havia alcançado 603,86 milhões, o que representa recuo de 1,92%.
Além disso, na segunda metade de novembro, 144 unidades estiveram em operação no Centro-Sul. Desse total, 124 processaram cana-de-açúcar, enquanto dez produziram etanol a partir do milho e dez atuaram como usinas flex. No mesmo intervalo da safra passada, 196 unidades estavam ativas.
Nos últimos quinze dias de novembro, 52 unidades encerraram a moagem. Assim, desde o início da safra, 173 usinas já pararam as operações, ante 141 no mesmo período do ciclo anterior. Segundo o diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, cerca de dois terços das unidades já haviam encerrado as atividades até o início de dezembro.
Quanto à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) atingiu 133,78 kg por tonelada de cana na segunda quinzena de novembro. Esse volume supera os 125,26 kg por tonelada observados na safra 2024/2025, com alta de 6,80%.
Entretanto, no acumulado da safra, o ATR médio chegou a 138,33 kg por tonelada, registrando queda de 2,50% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
Produção de açúcar e etanol
Na segunda metade de novembro, a produção de açúcar totalizou 724,06 mil toneladas, o que representa queda de 32,94% frente ao mesmo período da safra passada, quando foram produzidas 1,08 milhão de toneladas.
Ainda assim, no acumulado desde o início da safra até 1º de dezembro, a fabricação do adoçante alcançou 39,90 milhões de toneladas, ligeiramente acima das 39,46 milhões registradas no ciclo anterior.
Ao mesmo tempo, o mix de produção continuou favorecendo o etanol. Na segunda quinzena de novembro, a participação da cana destinada ao açúcar caiu 3,08 pontos percentuais, passando de 38,60% para 35,52%.
Segundo Luciano Rodrigues, essa tendência já se mantém pela sétima quinzena consecutiva, com o mix de etanol alcançando 64,48% no período.
Com isso, a produção de etanol no Centro-Sul somou 1,18 bilhão de litros na segunda metade de novembro. Desse total, 727,41 milhões de litros foram de etanol hidratado, com queda de 7,41%, enquanto 457,11 milhões de litros corresponderam ao etanol anidro, com alta de 10,21%.
No acumulado da safra, a produção total de etanol atingiu 29,53 bilhões de litros, recuo de 5,43%. O volume de hidratado chegou a 18,33 bilhões de litros, enquanto o anidro somou 11,20 bilhões, com retração mais moderada.
Além disso, 31,64% do etanol produzido na quinzena teve origem no milho. A produção chegou a 374,82 milhões de litros, praticamente estável em relação ao mesmo período do ciclo anterior. No acumulado da safra, o etanol de milho já soma 6,03 bilhões de litros, avanço de 15,10%.
Vendas de etanol
Em novembro, as vendas totais de etanol alcançaram 2,70 bilhões de litros. O etanol anidro respondeu por 1,07 bilhão de litros, com alta de 2,42%. Já o etanol hidratado somou 1,63 bilhão de litros, registrando queda de 13,78%.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado totalizaram 1,58 bilhão de litros, recuo de 11,14%. Em contrapartida, as vendas de etanol anidro cresceram 7,60%, alcançando 1,05 bilhão de litros.
Desde o início da safra até 1º de dezembro, a comercialização total de etanol no Centro-Sul somou 23,32 bilhões de litros, com retração de 2,41%. O volume de hidratado atingiu 14,53 bilhões, enquanto o de anidro chegou a 8,79 bilhões de litros.
Mercado de CBios
Dados da B3 até 15 de dezembro mostram que os produtores emitiram 40,89 milhões de CBios em 2025. Atualmente, o volume disponível para negociação soma 24,54 milhões de créditos.
Segundo a UNICA, ao considerar os CBios disponíveis e os já aposentados, o mercado já conta com cerca de 116% dos títulos necessários para o cumprimento integral da meta de 2025, inclusive com a quitação de metas anteriores.
