A moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de agosto registrou crescimento de 23,38%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 47,87 milhões de toneladas contra 38,80 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 360,05 milhões, ante 322,48 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 – avanço de 11,65%.
Embora os dados sejam positivos, vale ressaltar que chuvas pontuais prejudicaram a operacionalização da colheita em algumas regiões do Centro-Sul, drenando marginalmente o aproveitamento de tempo. Tal fato serve de alerta para não se esquecer do risco proveniente do El Niño, cuja incerteza ainda paira sobre a moagem potencial da safra 23/24. Lembra-se ainda que, em relação ao ciclo 20/21 o último cuja moagem ultrapassou a marca de 600 milhões, o processamento deste ano safra se encontra defasado em mais 14 milhões de toneladas.
Em julho, dados do benchmarking agronômico do CTC apontam que o rendimento agrícola registra crescimento de 24,1% ante o mesmo mês do ano anterior – 98,0 ton/ha versus 78,9 ton/ha. Com o resultado bastante robusto, a produtividade da lavoura acumula alta de 22,4% no ano safra, atingindo a marca de 93,6 toneladas de cana colhidas por hectare.
Na primeira quinzena de agosto permanecem em operação 261 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 244 unidades com processamento de cana, sete empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, havia 259 unidades produtoras em atividade.
No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na primeira quinzena de agosto foi de 149,23 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 152,57 kg por tonelada na safra 22/23 – variação negativa de 2,19%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 135,09 kg de ATR por tonelada (-0,53%).
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar na primeira quinzena de agosto totalizou 3,46 milhões de toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 2022/23 de 2,63 milhões de toneladas, representa aumento de 31,22%. No acumulado desde 1o de abril, a fabricação do adoçante totaliza 22,68 milhões de toneladas, contra 18,63 milhões de toneladas do ciclo anterior (+21,69%). O mix de produção segue favorecendo o adoçante que no acumulado da safra se apropria de 48,93% do ATR estimado.
Na primeira metade de agosto, 2,35 bilhões de litros (+16,43%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,42 bilhão de litros (+22,46%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 921,63 milhões de litros (+8,19%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 16 de agosto, a fabricação do biocombustível totaliza 16,79 bilhões de litros (+6,84%), sendo 9,76 bilhões de etanol hidratado (+0,73%) e 7,03 bilhões de anidro (+16,66%).
Da produção total de etanol registrada na primeira quinzena de agosto, 12% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 282,02 milhões de litros neste ano, contra 165,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 – aumento de 70,22%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 2,23 bilhões de litros – avanço de 49,74% na comparação com igual período do ano passado.
Fica evidente que a conjunção da alta produtividade agrícola observada nos canaviais e o crescimento robusto da produção de etanol de milho serão compensações, mais que suficientes, para quaisquer quedas na qualidade da cana-de-açúcar e maior destinação relativa do ATR para produção do açúcar. A oferta de etanol não irá retrair apesar dessas condições e, por consequência, há garantia de que os produtores irão atender aos volumes necessários para a mistura de etanol anidro, a demanda por etanol hidratado e o cumprimento das metas de descarbonização deste e do próximo ano, por meio da emissão de CBios.
As informações partem da assessoria de imprensa da
Unica.