Número de estabelecimentos produtores de cachaça cresce pelo terceiro ano seguido
Setor registra aumento de 4% no número de elaboradores e ultrapassa 1.200 estabelecimentos

Setor de Cachaça ganha força no país com aumento de registros, geração de empregos e crescimento de produção. Foto: Canva

O setor de Cachaça brasileiro mantém a tendência de crescimento. De acordo com o Anuário da Cachaça 2025, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o número de estabelecimentos elaboradores da bebida aumentou 4% em 2024, totalizando 1.266 — 49 a mais do que em 2023. Este é o terceiro ano consecutivo de avanço.
Minas Gerais lidera com 501 estabelecimentos, seguido por São Paulo (179), Espírito Santo (81) e Santa Catarina (73). O Ceará teve o maior crescimento proporcional: de 34 registros em 2023 para 47 em 2024 — alta de 38,2%.
Regionalmente, o Sudeste se destaca com mais de 800 cachaçarias, seguido do Nordeste (189) e Sul (183). “O crescimento no número de cachaças registradas mostra como o setor está cada vez mais forte e presente em todo o Brasil. É um reflexo do talento dos nossos produtores e do trabalho do Ministério para apoiar quem faz da cachaça um verdadeiro símbolo nacional”, afirmou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart.
Além dos estabelecimentos, o número de produtos de cachaça registrados também avançou. Em 2024, o Brasil alcançou 7.223 produtos registrados, um aumento de 20,4% em relação a 2023, com 1.225 novos registros. A média é de 5,7 cachaças por estabelecimento. Minas Gerais novamente lidera com 2.492 produtos, o equivalente a 34,5% de todas as cachaças registradas no país.
A produção declarada de cachaça também apresentou forte crescimento, totalizando mais de 292,4 milhões de litros em 2024 — um aumento de 29,58% em relação a 2023. A região Sudeste foi responsável por 59% do total, com mais de 172,6 milhões de litros. A região Sul, por sua vez, registrou o maior crescimento proporcional: aumento de 300,57%, alcançando mais de 58,2 milhões de litros.
Apesar do avanço, o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) ressalta que os dados devem ser vistos como indicativos, pois se baseiam nas declarações dos produtores em sistema informatizado. A expectativa é que a precisão dos dados aumente nos próximos anos.
O setor também tem importante impacto na geração de empregos. Em 2024, a fabricação de aguardente de cana-de-açúcar foi responsável por 6.363 empregos diretos, o equivalente a 4,5% do total da indústria de bebidas. O Sudeste concentra a maior parte desses empregos, com 2.954 postos — 46,4% do total.
Para o presidente do IBRAC, Carlos Lima, os dados mostram a força do setor, mas também os desafios.
“São dados extremamente animadores pelo crescimento tanto no número de estabelecimentos elaboradores quanto de registros de produto. No entanto, estão aquém do potencial de um setor que representa a bebida genuinamente brasileira”, afirma.
Ele também destaca a queda de 22,7% nas exportações de cachaça em 2024, o que reforça a necessidade de ações para promover o produto no mercado internacional.
