INÍCIO AGRICULTURA Azeitonas

Colheita da oliva foi aberta com foco em práticas sustentáveis

Cerimônia simbólica ocorreu no Parque Olivas de Gramado e contou com a presença de produtores e autoridades

Foi com uma chuva de azeitonas que produtores e autoridades celebraram a 12ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva, em evento realizado sexta-feira, 16/02, no Parque Olivas de Gramado, em Gramado (RS). A atividade, que contou com palestras e degustação, organizada pelo Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) em parceria com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e prefeitura de Gramado. O ato simbólico substituiu a ida ao olival da família Bertolucci, em razão da chuva.

O evento discutiu q sustentabilidade nas propriedades, o olivoturismo e o reconhecimento do produto nacional. A quebra de safra deste ano, ocasionada pelos eventos climáticos dos últimos meses, também foi abordada. O presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, disse que alguns produtores têm relatado quebra de safra de 90%, enquanto outros, como os da Serra Gaúcha, relatam 10%. “Nós tivemos, na Serra gaúcha, uma produção interessante, até superior à produção do ano passado”, afirmou.Fernandes disse que em termos de produção da safra 2024, é preciso considerar as diferenças das diversas regiões produtoras.

“Mas nós teremos colheita, com redução de carga de fruta, que é uma redução importante, o que já era esperado pela sazonalidade. Nós temos sempre um ano com maior produção e no ano seguinte uma produção menor”, disse, ressaltando que além da questão da bianualidade, os olivicultores também enfrentaram uma grande incidência de calor, de seca no início do ano de 2023, além de um inverno sem muitas horas de frio - é preciso 400 horas de frio abaixo de 10 graus - e depois, as chuvas. O presidente do Ibraoliva explicou que justamente no momento de florescimento não houve polinização e grande parte das flores não se tornaram frutos.

“Aqueles frutos que se formaram são extremamente saudáveis, portanto, é claro que houve uma redução de frutas, mas a qualidade aumentou”, complementou. O secretário da Agricultura,Giovani Feltes, ressaltou a excelência da produção gaúcha. Disse que o Estado tem produtores acumulando, do ponto de vista da cientificidade, a experiência que gera um cultivado absolutamente adequado no seu manejo e na extração daquilo que é a riqueza que representa o azeite de oliva. “Já são mais de 2,5 mil empregos diretos na atividade da olivicultura no Rio Grande do Sul. São 22 lagares instalados no Estado e dos mais variados portes, 360 produtores e com perspectiva de ampliação.

A qualidade da oliva continua assegurada. Aqui, na Serra, não tivemos esses efeitos climáticos tão adversos, o exemplo é a qualidade do azeite que se produz aqui, nesta casa”, completou.O governador Eduardo Leite, que durante o carnaval plantou mudas de oliveiras na residência oficial em Gramado, se posicionou alinhado aos olivicultores, respondendo ao pedido de apoio. “O governo do estado vai estar ao lado sempre do produtor, seja buscando viabilizar financiamentos adequados à infraestrutura necessária, seja cobrando e estimulando a fiscalização para que tenhamos a proteção à qualidade dessa produção e que ela seja, portanto, colocada nas prateleiras com a leal concorrência e não a desleal, onde o consumidor compra um azeite não condizente com a descrição do rótulo”, enfatizou.

Disse ainda que a realização do evento no Olivas de Gramado é uma forma de colocar ainda mais, em destaque, a capacidade de produção do Estado.O Rio Grande do Sul é o maior produtor de olivas e de azeites no País, segundo a Seapi. Apesar disso, conforme o coordenador do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura (Pró-Oliva) da Seapi, Paulo Lipp, no mundo a produção do Brasil é ínfima (0,02%). “O país é um dos que mais importa azeite e azeitonas. Os maiores produtores e exportadores são Espanha, Turquia, Itália, Marrocos, Egito, Grécia e Portugal”, salientou Lipp.

Ano passado, a produção de azeite de oliva na safra 2022/2023 no Rio Grande do Sul aumentou 29% (produção de 580.228 litros) em relação à safra anterior, segundo dados da Seapi e do Ibraoliva. Os números positivos, porém, não devem se repetir neste ano, e o motivo é, principalmente, a ação do clima. “Ano passado, tivemos uma safra recorde, mas este ano as condições climáticas, especialmente o El Niño, causaram problemas de fixação de frutos e a tendência é de que teremos uma safra menor”, avaliou Lipp.


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