Vazio sanitário do algodão começa em São Paulo e vai até setembro para controlar o bicudo-do-algodoeiro e proteger a próxima safra
O vazio sanitário do algodão começou em São Paulo nesta sexta-feira (1º). A medida, válida até 30 de setembro, segue a Resolução SAA nº 30/2024, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O objetivo é controlar o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), uma das pragas mais prejudiciais à cultura.
Durante esse período, os produtores precisam manter as áreas livres de plantas e restos da cultura. Essa ação enfraquece a praga e protege a lavoura seguinte.
O diretor do Departamento de Defesa Sanitária Vegetal, Alexandre Paloschi, afirma que o vazio sanitário do algodão elimina a fonte de alimento do inseto. Isso reduz significativamente a população da praga.
A prática segue o Programa Nacional de Prevenção e Controle do Bicudo do Algodoeiro, do Ministério da Agricultura. Para funcionar, o produtor deve destruir toda a lavoura anterior e eliminar as soqueiras. Além disso, é importante monitorar rebrotes, já que o algodoeiro é uma planta perene.
O bicudo-do-algodoeiro ataca os botões e as maçãs da planta. Ele se alimenta das fibras e sementes, o que afeta diretamente a produção. A infestação pode reduzir de forma significativa a produtividade da lavoura.
Além de cumprir o vazio sanitário do algodão, o produtor deve cadastrar sua lavoura no sistema GEDAVE. A data do plantio deve ser informada até 15 dias após o término da semeadura.
Em 109 municípios, principalmente na região Noroeste, o vazio sanitário terá outro período: de 10 de setembro a 10 de novembro. Isso ocorre porque, nessas áreas, o algodão é plantado após a soja. Assim, a cultura permanece mais tempo no campo.
Paloschi explica que essa adaptação leva em conta a realidade local dos produtores. “Eles plantam o algodão depois da soja, por isso o ciclo é mais longo e exige outro calendário”, afirmou.