Projeção da safra de algodão no Brasil recua 7% em 2025/26, apesar de boas condições de clima que favorecem o plantio no Mato Grosso
A produção brasileira de algodão deve atingir 3,72 milhões de toneladas na safra 2025/26. O volume representa queda de 7% em relação ao ciclo anterior, que somou 4 milhões de toneladas.
Segundo a StoneX, a retração está ligada à redução de cerca de 75 mil hectares, resultando em 1,44 milhão de hectares de área cultivada.
Apesar da diminuição na área, o Mato Grosso mantém a liderança nacional com expectativa de 2,6 milhões de toneladas de pluma. A Bahia aparece em segundo lugar, com 777 mil toneladas previstas. Somados, os dois estados devem responder por mais de 90% da produção nacional, reforçando sua importância estratégica para o mercado de algodão.
O avanço das chuvas no Mato Grosso deve abrir uma janela adequada para a soja e, consequentemente, para o algodão de segunda safra. Esse fator climático tende a sustentar o ritmo do plantio e aliviar parte das preocupações com a redução da área.
Para Raphael Bulascoschi, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o cenário confirma o peso do clima e das margens nas decisões da safra. Ele ressalta que, embora as chuvas tragam perspectivas positivas, a redução da área plantada exige racionalização.
“O algodão continua competitivo no mercado internacional, mas o setor deve enfrentar margens mais apertadas. Por isso, a gestão eficiente de custos e a comercialização são fundamentais”, destacou.
A StoneX também revisou sua projeção de exportações para o ano atual, agora estimadas em 2,95 milhões de toneladas. Apesar do ritmo mais lento nos últimos meses, a expectativa é de recuperação no quarto trimestre.
Já o consumo doméstico na safra 2024/25 foi ajustado para cima, alcançando 700 mil toneladas. Segundo a consultoria, as fiações têm aproveitado os preços mais baixos para intensificar a compra de algodão no mercado interno.