Produção deve superar 3,95 milhões de toneladas, mantendo o Brasil como maior exportador global de algodão
A safra brasileira de algodão 2024/2025 já está em andamento, com os primeiros trabalhos de colheita iniciados em diversas regiões do país. Até meados de maio, 50% da área plantada no Paraná e 40% das lavouras de São Paulo já haviam sido colhidas. Na Bahia, os primeiros campos também começaram o processo. No total nacional, 0,32% da área plantada já foi colhida até 15 de maio.
A Abrapa atualizou as estimativas para a safra atual, prevendo uma área plantada de 2,14 milhões de hectares e uma produção de 3,95 milhões de toneladas — aumento de 6,8% em relação à safra anterior. Os dados se aproximam do levantamento da Conab, que estima 2,08 milhões de hectares plantados (+7,2%) e 3,90 milhões de toneladas de pluma (+5,5%).
Em abril de 2025, o Brasil exportou 239,1 mil toneladas de algodão, com receita de US$ 389,1 milhões — ligeira queda de 0,9% em volume em relação ao mesmo mês de 2024. A Turquia foi o principal destino, com 22% dos embarques. Turquia, Paquistão e Egito contribuíram com aumento de 51,5 mil toneladas em relação ao ano anterior, enquanto a China reduziu suas compras em 60,6 mil toneladas.
No acumulado de agosto de 2024 a abril de 2025, o Brasil exportou 2,38 milhões de toneladas de algodão, totalizando US$ 4,12 bilhões em receita — um recorde para os oito primeiros meses do ano comercial, com alta de 12% sobre o mesmo período anterior.
O Vietnã se destacou como o principal destino, representando 19% dos embarques (462 mil toneladas). A retração da China, com 775 mil toneladas a menos, foi compensada por aumentos para Paquistão (+334 mil ton), Vietnã (+179 mil ton) e Turquia (+151 mil ton).
Com o fechamento do ano comercial 2023/2024, o Brasil superou os Estados Unidos e alcançou a liderança global nas exportações de algodão pela primeira vez na história. Para 2024/2025, a expectativa é de crescimento de 8,2% nos embarques, com 2,90 milhões de toneladas exportadas. A liderança deve continuar em 2025/2026, segundo projeções do USDA, com exportação estimada em 3,05 milhões de toneladas (+8,5%).
O superávit da balança comercial do algodão brasileiro entre agosto/24 e abril/25 foi de US$ 4,118 bilhões — crescimento de 1,1% em relação ao mesmo período do ciclo anterior. Nesse intervalo, o Brasil importou 678 toneladas (US$ 2,58 milhões), volume que representa apenas 0,10% do consumo doméstico. Os EUA forneceram 93,8% das importações.
No setor têxtil, os dados de janeiro a abril de 2025 mostram crescimento de 13,7% na produção, com criação de 8 mil novos empregos na área têxtil e 10,5 mil na confecção. A indústria brasileira conta com 24,3 mil empresas, 1,33 milhão de empregos diretos e movimenta R$ 193,2 bilhões em faturamento, segundo dados da Abit e IBGE.
Para a safra 2025/2026, o USDA projeta queda global na produção (-2,7%), com destaque para redução na China, Austrália e Índia. No Brasil, a expectativa é de crescimento de 272 mil toneladas, elevando a produção para 3,97 milhões de toneladas. O consumo mundial deverá aumentar 1,2%, com destaques positivos para Índia e Turquia. Os estoques finais globais devem permanecer estáveis, com 17,06 milhões de toneladas.
Na próxima temporada, o Brasil deve manter a terceira colocação entre os maiores produtores mundiais, atrás de China e Índia. A área plantada no país está estimada em 2,1 milhões de hectares.