Há quase 26 anos esperando pelo título da terra, Wagner Mendes, de 61 anos, e Edilamar Caetano, de 49 anos, receberam o documento definitivo nesta quarta-feira (20). O casal mora com três filhos e dois netos na propriedade que fica no Projeto de Assentamento Pontal do Buriti, na zona rural do município de Rio Verde, em Goiás.
“Depois desse tempo todo, muitos desistiram, mas nós não. A gente sempre foi da roça e viveu trabalhando na lavoura. Desde que chegamos aqui, começamos a plantar. Primeiro compramos umas vacas, mas não dava renda, porque a terra era fraquinha. Então, a gente corrigiu a terra e começou a plantar. Agora, ficou uma beleza”, diz o agricultor, mostrando orgulhoso o resultado alcançado com o trabalho de correção do solo, realizado por ele.
No terreno, de 34 hectares, a família produz milho e soja, vendidos para empresas da região e de outros estados. “O milho, a gente vende para o pessoal lá de Santa Catarina e do Paraná. Eles vêm comprar direto na roça. Nós não pagamos nem o frete. Eles já chegam com o caminhão e nós só colocamos para dentro e pronto. Já a soja vai para uma empresa grande de Rio Verde”, diz Mendes.
Hoje, com o título da terra, os planos são de investir na propriedade, que ficará para os filhos e netos. “Agora, é um documento definitivo, que prova que é nosso. A gente vai conseguir fazer um financiamento com juros mais baixos, para melhorar as coisas, e ter mais segurança para os filhos, com a garantia de que eles vão ter um lugar para trabalhar”, conta o produtor.
A família também tem criação de suínos e aves. Uma parte da pequena produção é para consumo próprio e a outra é vendida na vizinhança, o que garante uma renda extra. “Isso aqui é a melhor coisa que existe no mundo para quem quer trabalhar como nós. A gente tinha muita vontade de ter uma terra, mas nunca tivemos condição de comprar. Com a chegada do título, estamos realizando um sonho”, afirma Wagner Mendes.
O sustento da família vem do plantio do milho safrinha e da soja, em 17 hectares. A colheita dos dois produtos rende cerca de 1.500 sacas por safra, que são vendidas para uma cooperativa local e viram ração animal. O casal conta que está fazendo alguns planos de investimento na propriedade rural. “Vamos poder andar com as nossas próprias pernas. O nosso sonho era que esse título chegasse para fazermos um bom financiamento e aumentar o nosso meio de vida, ampliar a lavoura, comprar gado, melhorar o curral e a alimentação do gado”, explica Maria de Lourdes.
O casal, que esperava pelo título há 12 anos, também mora no Projeto de Assentamento Pontal do Buriti e cultiva milho e soja. Por safra, são produzidas na propriedade aproximadamente 3.000 sacas de milho e 1.700 de soja. “Essa terra é tudo para nós, pois é aqui que a gente vive e planta. Com o título em mãos, podemos dizer agora que somos os verdadeiros donos da terra e ninguém tira isso da gente”, ressalta o produtor.