Desenvolver habilidades, como boa comunicação é outro requisito demandado pelo mercado de trabalho
O novo profissional do agronegócio precisa reunir em seu perfil não apenas o conhecimento técnico, mas também visão de negócios, afirma o professor Edilberto Nunes de Moura, coordenador da Graduação 4D em Agrodigital, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). “[Ele] entende do agronegócio e de tecnologia, e é capaz de integrar essas duas grandes áreas. Esse profissional irá trabalhar na interface tanto do agronegócio quanto da tecnologia aplicada a ele."
O professor explica que ter conhecimento sobre a terra e dos ciclos dos diferentes produtos cultivados continua sendo essencial, sobretudo no que se refere ao respeito à natureza e ao tempo necessário para cada ação frutificar. "No entanto, as habilidades ligadas à utilização de tecnologia no campo têm se mostrado uma vantagem competitiva, tanto para os grandes, quanto para os pequenos produtores", reforça, acrescentando que "nesse contexto, quem está disposto a somar conhecimentos já está um passo à frente em matéria de adaptação ao cenário que está se desenhando".
Conhecimento é vantagem para quem disputa espaço no mercado de trabalho. Foto: Shutterstock
Além disso, Moura ressalta que outra dica para quem quer se destacar no mercado de trabalho do agro é desenvolver a habilidade da comunicação assertiva, com o objetivo de ser um agente que ouve as demandas e contribui com as diversas atividades que fazem parte da cadeia produtiva.
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Habilidades ligadas à utilização de tecnologia no campo têm se mostrado uma vantagem competitiva.
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Edilberto Nunes de Moura
Avanço da agricultura digital
Levantamento da 360 Research Reports indica que o setor da agricultura digital deve crescer 183% até 2026, um número significativo para um horizonte próximo. Além disso, está prevista a abertura de aproximadamente 178,8 mil novos empregos na área de agricultura digital nos próximos dois anos, conforme aponta o estudo "Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e Desafios na Qualificação Profissional para uma Recuperação Sustentável".
Entre as inovações que já despontam como tendências para o segmento, pode-se mencionar, como exemplo, a irrigação inteligente, uma área que cresce cerca de 14% ao ano e tem forte relação com o aumento de áreas irrigadas – segundo o Estudo de Macrotendências 2023-2024 do SEBRAE/RJ. Isso envolve ferramentas de agricultura de precisão para utilização de sensores na lavoura, com a finalidade de coletar dados sobre o clima, umidade do solo e quantidade de chuva.
A professora Maria Fernanda Lopes de Freitas, também da PUCPR, acentua, ainda, que as diferentes possibilidades de atuação do profissional que une conhecimentos técnicos do campo com inovação tecnológica. "Uma delas é ser consultor para integração de tecnologias para o agronegócio ou para a agricultura familiar. Outra é atuar diretamente em organizações ou instituições dentro desse mercado, bem como em empresas públicas e privadas ligadas a esse setor. Além da aplicação dos conhecimentos para empreender com o próprio negócio, como produtor", complementa a especialista, que também integra o corpo docente de um novo curso, intitulado "Tecnologia em Agrodigital", que a instituição está lançando.
Sobre o autor Ronaldo Luiz
Ronaldo Luiz é jornalista, com mais de 20 de trajetória no agronegócio. É editor dos Portais Uagro/DATAGRO, repórter especial da revista Plant Project, do site CenárioAgro e apresentador do talk show digital AgroPapo. É ainda colunista no Jornal Mato Grosso no Ar, distribuído para mais de 60 rádios de Mato Grosso, bem como do Portal RuralNews. Administra o grupo SouAgro no LinkedIn, que conta mais de 60 mil participantes. É proprietário da agência ComResultado - www.comresultado.com.br.